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Mais de 4 milhões do seguro de jóias da coroa roubadas usados para obras

Uma parte do valor do seguro pago pelo furto das jóias da coroa portuguesa nos Países Baixos vai ser aplicado nas obras no Palácio da Ajuda e no Museu do Tesouro Real, segundo publicação hoje em Diário da República.

Mais de 4 milhões do seguro de jóias da coroa roubadas usados para obras
Notícias ao Minuto

13:26 - 24/09/20 por Lusa

País Diário da República

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros datada de 10 de setembro e hoje publicada em Diário da República, a verba de 4,3 milhões de euros do seguro do caso do furto das joias que remonta a 2002 vai ser entregue na totalidade, este ano, à Associação de Turismo de Lisboa (ATL) para esse efeito.

Trata-se da contrapartida do Ministério da Cultura, no quadro do protocolo assinado em 2016 entre a ATL, o município de Lisboa e a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Esta parceria foi criada com o objetivo de regular a relação entre as partes para a intervenção na obra de remate da Ala Poente do Palácio da Ajuda, destinado à futura instalação do museu com a "Exposição Permanente das Joias da Coroa e dos Tesouros de Ourivesaria da Casa Real", como é designado na resolução.

A resolução do Conselho de Ministros visa autorizar o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC) a realizar a despesa para pagamento à ATL, até ao montante global de 4.326.796,83, valor remanescente do seguro pago em 2006 a Portugal pela indemnização relativa ao furto das joias da coroa pertencentes ao Palácio Nacional da Ajuda, cedidas ao Museu de Haia, e cujo valor global ascendeu a 6.130.151,33 euros.

O mesmo documento indica que, até ao início de julho de 2020, o montante das despesas já efetuadas no projeto, e assumidas inteiramente pela ATL, é de aproximadamente 13,6 milhões de euros, "encontrando-se a intervenção numa fase avançada de desenvolvimento da empreitada".

O Governo recorda que o custo inicialmente estimado para a intervenção foi de 15 milhões de euros, tendo ficado estabelecido no protocolo assinado, que a DGPC seria responsável por suportar quatro milhões euros, provenientes do valor da indemnização, "sendo o remanescente até ao valor total assegurado pela ATL através de meios próprios ou financiamento a reunir pela mesma".

Em março de 2020, foi assinada uma adenda ao protocolo original, tendo o valor total das obras incluídas para instalação do "Museu do Tesouro Real" sido atualizado para 26,5 milhões de euros, "face ao desenvolvimento do projeto e à inclusão de componentes não previstas inicialmente, nomeadamente relativas à segurança e à reabilitação do espaço público envolvente".

Nessa adenda, foi ainda estabelecido que "a DGPC assume o montante resultante da verba do valor do seguro pela indemnização do furto das joias da coroa existente à data, de 4.326.796,83 euros, sendo o remanescente até ao valor total da intervenção suportado inteiramente pela ATL".

A construção do Palácio Nacional da Ajuda foi iniciada em 1795, sendo agora concluída com a requalificação da fachada poente do edifício, com um projeto do arquiteto João Carlos Santos.

É nessa ala poente que ficará instalado o Museu do Tesouro Real, anteriormente designado "Exposição Permanente do Tesouro Real, com joias da coroa e tesouros da ourivesaria da Casa Real".

Há ano e meio, a tutela tinha anunciado que o espaço expositivo do museu será uma caixa forte com apertadas medidas de controlo e de segurança, porque serão mostrados 900 exemplares de joalharia real, 830 de joias do quotidiano, pratas utilitárias e decorativas, peças de ordens e condecorações, documentação e iconografia.

A expectativa do Ministério da Cultura é que o museu acolha 250 mil visitantes por ano.

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