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No Conservatório Nacional as notas dos alunos de música saem perfeitas

Na Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, as turmas são pequenas, os alunos mantêm-se focados e sabem que as notas têm de sair perfeitas, razões que podem explicar estarem entre os melhores do 9.ºano.

No Conservatório Nacional as notas dos alunos de música saem perfeitas
Notícias ao Minuto

06:15 - 27/06/20 por Lusa

País Conservatório de Música

Os estudantes da Escola Artística de Música colocaram o Conservatório Nacional em primeiro lugar ao conseguir a melhor média das escolas públicas nos exames nacionais do 9.º ano, (4 valores numa escala de zero a cinco), segundo um 'ranking' da Lusa, que analisou os resultados das provas do ano passado.

"Ficámos muito contentes porque já é o segundo ano consecutivo. No primeiro ano poderia ser um acidente, mas agora não. Os alunos e professores estão muito orgulhosos destes resultados que acho que é fruto do trabalho de todos e do bom ambiente que temos na escola", contou à Lusa Lilian Kopke, diretora da Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa.

As turmas são reduzidas. No máximo, um professor tem 20 alunos dentro de uma sala, o que permite "adaptar o ensino e torná-lo mais personalizado", explicou à Lusa Isabel Miranda, professora de Português do 9.º ano.

Além disso, os alunos desenvolvem desde cedo aptidões benéficas para o percurso escolar.

"São treinados deste pequeninos a ter um raciocínio lógico que é necessário para aprender música em si e para a leitura das partituras", explicou Lilian Kopke, diretora da escola frequentada por crianças desde os seis ou sete anos.

Depois, quando estão a tocar, têm de se saber autoavaliar o que implica uma grande concentração, "porque é necessário estar a ouvir o som e a corrigir o seu próprio som", contou.

A capacidade de concentração, o ritmo e a organização são também as características apontadas pelos alunos para o sucesso académico.

Tomás Narciso Pinto terminou agora o 9.º ano e fez todo o ensino básico no conservatório, sendo hoje um jovem músico de contrabaixo. Para o aluno de 15 anos, "a organização e o rimo" exigidos nos cursos artísticos são mais-valias "para aprender melhor todas as coisas".

Já Catarina Álvares sublinhou a importância da concentração, que foi adquirindo ao longo dos nove anos de aulas no conservatório: "O facto de estudarmos música faz com que tenhamos de estar sempre muito atentos para pensar e experimentar coisas. Enquanto estudamos, essa concentração é bastante importante até para depois estudar outras disciplinas".

Este trabalho, que é transversal entre quem estuda música, pode explicar a razão pela qual as escolas de música do país aparecem bem classificadas nos rankings da Lusa.

Em segundo lugar da lista das escolas públicas surge a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, e em nono a Escola Artística do Conservatório de Música do Porto.

No 'ranking' geral, que junta colégios e escolas públicas, o 11.º lugar é ocupado pelo Conservatório de Música de Barcelos, o 14.º pertence à Escola de Música de São Teotónio, em Coimbra, e em 23.º surge a Academia de Música de Vilar Paraíso, em Vila Nova de Gaia.

Também a professora de Português do Conservatório Nacional acredita que "a música é essencial para os alunos terem um bom desempenho académico nas noutras disciplinas. Ajuda-os a serem mais metódicos, mais concentrados e a desenvolver capacidade de raciocínio abstrato".

Nesta equação do sucesso ninguém esquece o trabalho de todos os docentes. "Além de termos bons professores na música, também temos bons professores na escola normal", defendeu Tomás Narciso Pinto.

Mas, para a professora de Português, é a conjugação de três fatores que explicam os bons resultados: "A forma com trabalhamos dentro da sala de aula, a maneira como eles fora da sala de aula se sabem organizar e, finalmente, o apoio familiar".

A grande maioria dos pais tem formação superior, tendo estudado em média 15 anos, segundo os dados socioeconómicos disponibilizados pelo Ministério da Educação.

"Os nossos alunos têm a sorte de ter um enquadramento e apoio familiar que é um ótimo suporte e que também os estimula", acrescenta a professora de Português, disciplina em que os jovens músicos do conservatório também foram os mais bem classificados este ano.

Além disso, são uma presença assídua na escola. Lilian Kopke contou à Lusa que os pais são convidados a assistir às aulas, até porque depois, em casa, são quem pode ajudar quando os filhos estão a treinar o seu instrumento.

Tal como num concerto, em que ninguém pode desafinar, também nas outras disciplinas os alunos procuram a nota perfeita.

"Todos nós gostamos de fazer as coisas bem, como deve ser, e de ter bons resultados. Acho que todos estudam bastante para obter bons resultados em todas as disciplinas, quer sejam as musicais quer sejam académicas", resumiu Catarina Alvares, que agora vai deixar o conservatório para seguir um curso de ciência no ensino secundário.

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