Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 11º MÁX 17º

Grupo de historiadores exige respostas claras sobre restauro do Bolhão

O grupo internacional de historiadores - IHSHG voltou hoje a exigir respostas claras sobre o restauro do Mercado do Bolhão, no Porto, rejeitando ter qualquer agenda política contra o presidente da câmara, Rui Moreira.

Grupo de historiadores exige respostas claras sobre restauro do Bolhão
Notícias ao Minuto

17:28 - 28/05/20 por Lusa

País Porto

Num comunicado enviado hoje à Lusa, o presidente do International History Students and Historians Group (IHSHG), João Viegas, disse considerar "inadmissível" e "insultuoso" o facto de a Câmara do Porto ter apelidado de "pseudo-historiadores" o grupo, em resposta a críticas que tinham sido feitas ao projeto de reabilitação do mercado.

João Viegas sublinhou que o grupo nunca de dirigiu a Moreira como "pseudo-presidente" só porque diverge da sua opinião.

Na segunda-feira, o International History Students and Historians Group (IHSHG) que conta com aproximadamente 1.400 membros, manifestou o seu desagrado para com a decisão de demolir as galerias superiores do Mercado do Bolhão, considerando "inconcebível" que a Câmara do Porto tenha permitido "tal negligência".

Em resposta às críticas, na terça-feira, a Câmara do Porto veio esclarecer que a nova solução construtiva para o Mercado Bolhão respeita "toda a história do mercado", não representando uma alteração "ao aspeto, ao programa ou à forma como os portuenses conhecem o edifício", acusando o "grupo de pseudo-historiadores" de desconhecer o que está em causa.

"Infelizmente atualmente tornou-se mais simples a nível político a 'teoria da conspiração', pois o Dr. Rui Moreira acha que 1.400 pessoas de todos os cantos do mundo não têm nada mais de interessante para fazer com as suas vidas do que criar um complô político contra um presidente de câmara", salientou hoje João Viegas.

Sobre a destruição ou não destruição das galerias, João Viegas referiu que o grupo apenas quer "respostas claras sobre todo o processo".

"Não condenamos que o restauro do Mercado do Bolhão seja feito, até porque já o devia de ter sido feito há 23 anos. É mais do que óbvio que o mercado necessita de restauro, apenas queremos entender como e o porquê do rumo que a Câmara tomou", disse.

No comunicado, o grupo assinala as contradições de Rui Moreira sobre a demolição das galerias superiores do mercado, sublinhando que é o próprio que em dezembro de 2019 confirma "que existirá destruição de quase todas as lajes de betão existentes nas mesmas galerias".

"Temos plena consciência que o estado a que estas estruturas chegaram não é responsabilidade direta do Sr. Presidente, no entanto, as escolhas que faz para o seu restauro são. Estas confusões existem desde o início e é isso mesmo que queremos esclarecer, não temos qualquer tipo de agenda política contar o Sr. Presidente, apenas queremos respostas claras, concretas e sem contradições", declarou.

João Viegas considera que as questões colocadas pelo Grupo foram legítimas, querendo apenas compreender o objetivo final da Câmara para com o Mercado do Bolhão.

"São questões válidas e não penso que tenha ofendido o Sr. Presidente em colocá-las, penso sim que é um direito que assiste a qualquer cidadão e que, por isso, não deveria ser posta em causa a integridade do nosso grupo nem do arquiteto Joaquim Massena (que teve exatamente as mesmas preocupações) apenas porque as questões não agradaram o Sr. Presidente", concluiu.

Em anexo ao comunicado, o grupo juntou a resposta do arquiteto Joaquim Massena, autor de um projeto de requalificação do Bolhão, que tinha já vindo criticar o aval dado à demolição das galerias, defendendo que a "triste história" daquele mercado só é comparável à demolição do Palácio de Cristal.

No email de resposta às questões levantadas pelo grupo, o arquiteto relata o seu envolvimento no restauro do Bolhão e volta a criticar a forma como processo tem sido gerido.

No que respeita à questão da demolição da galeria, Massena salienta que os estudos de caracterização técnica e científica, entregues em 1998 à autarquia, "realizada com o apoio de membros do Instituto Eduardo Torroga, definiram claramente a composição do betão a sua dureza, estabilidade e pre­fabricação".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório