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"Chegada tardia de doentes com AVC" às urgências preocupa especialistas

Principais entidades científicas nacionais dedicadas ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) dizem-se preocupadas com o impacto que a pandemia poderá ter nestes doentes.

"Chegada tardia de doentes com AVC" às urgências preocupa especialistas
Notícias ao Minuto

15:47 - 28/04/20 por Notícias ao Minuto

País Covid-19

Vários especialistas deixaram um alerta para as possíveis consequências que a Covid-19 pode ter no prognóstico dos doentes com AVC

Num comunicado conjunto, as principais entidades científicas nacionais dedicadas à doença no país sublinham que o surto poderá ter um "impacto potencialmente dramático na mortalidade e no estado funcional dos doentes com AVC".

As instituições apontam também que - após a realização de várias reuniões entre profissionais dedicados à área da doença vascular cerebral - a principal preocupação dos especialistas foi unânime: "A chegada tardia dos doentes aos centros de tratamento de AVC durante a pandemia".

"Doentes com AVC não devem recear recorrer aos Serviços de Urgência durante o período de pandemia"

"De acordo com um inquérito nacional de perceções aplicado a este grupo de profissionais de saúde, a afluência de doentes aos Serviços de Urgência e Unidades de AVC foi significativamente afetada, (...) tendo diminuído também, consideravelmente, o número de doentes tratados com fibrinólise e trombectomia mecânica nos centros em questão", é sustentado.

Para combater esta tendência, Miguel Rodrigues, da Sociedade Portuguesa de Neurologia refere que "os doentes com AVC não devem recear recorrer aos Serviços de Urgência durante o período de pandemia", recordando que "os hospitais têm circuitos diferentes para os doentes com e sem sintomas da Covid-19". 

Considerando que a rapidez com que os AVC são tratados é fundamental para uma recuperação de sucesso da doença, Luísa Fonseca, coordenadora do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral e da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, sublinha que o 112 deve ser ativado "sempre que for identificado um dos sinais de alerta de AVC (face descaída, perda de força no braço/perna ou alteração da fala), de modo a permitir que os doentes sejam orientados para a unidade hospitalar que permite realizar tratamento de fase aguda adequado"

Os especialistas deixam também um alerta relativamente ao controlo dos fatores de risco, para prevenir a ocorrência ou recorrência de um AVC: "Os doentes devem manter a terapêutica para controlo de fatores de risco vascular (anti-hipertensores, estatinas, antiagregantes plaquetários, anticoagulantes e terapêutica para diabetes). Não existe, atualmente, qualquer indicação para suspender nenhuma das terapêuticas previamente prescritas, sem indicação de médico assistente", aponta a Luísa Fonseca.

"Centros de saúde estão disponíveis para serem contactados"

Por fim, é ainda deixada uma mensagem aos sobreviventes desta doença que enfrentam "limitações sérias" no acesso a estratégias de reabilitação: "Os sobreviventes de AVC têm várias sequelas neurológicas, como epilepsia, dor, perda de capacidade cognitiva, depressão, espasticidade e disfunção sexual ou urinária. Em caso de agravamento desses sintomas, os seus médicos hospitalares e dos centros de saúde estão disponíveis para serem contactados e adaptarem a medicação ou dar outros conselhos através de contacto telefónico ou ainda, se necessário, observação urgente". 

O comunicado foi assinado pela Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), a Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), o Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral (NEDVC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia de Intervenção (SPNI).

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