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Parlamento manifesta pesar pela morte da escritora Mécia de Sena

O parlamento aprovou hoje, por unanimidade, o voto de pesar apresentado pelo presidente da Assembleia da República pela morte da escritora Mécia de Sena, que recorda como "uma mulher ímpar".

Parlamento manifesta pesar pela morte da escritora Mécia de Sena
Notícias ao Minuto

12:56 - 02/04/20 por Lusa

País Mécia de Sena

"Faleceu no passado dia 28 de março, em Los Angeles, Estados Unidos da América, Mécia de Sena, figura insigne das letras portuguesas, mulher de coragem e de limpidez, que se fez um exemplo pátrio", destaca o voto de Ferro Rodrigues.

O texto classifica ainda Mécia de Sena como uma "mulher ímpar", que "não teve vida fácil".

"A defesa da liberdade, a independência de espírito, a ética cívica, foram sempre faróis que a moveram na defesa insubmissa da liberdade e da dignidade do próximo. Nunca a pátria esqueceu tão ilustres filhos. Escritora de mérito, a Mécia de Sena devemos também a preservação e defesa indelével do legado de Jorge de Sena", realça o voto, no qual se expressam condolências à família e amigos.

Nascida em Leça da Palmeira, em 16 de março de 1920, Mécia de Freitas Lopes Sena era filha do músico e compositor Armando Leça, investigador do "Cancioneiro Musical Popular Português", e irmã do professor, crítico e historiador Óscar Lopes (1917-2013).

Formada em Ciências Histórico-Filosóficas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, detentora do curso do Conservatório de Música do Porto, foi professora, primeiro, e, depois do casamento, em 1949, colaboradora literária de Jorge de Sena.

Mécia de Sena casou-se com Jorge de Sena quando este era um engenheiro civil da Junta Autónoma de Estradas (1948-1959). Partiu com ele para o exílio, quando a ditadura do Estado Novo os cercou.

Fixaram-se no Brasil, onde o escritor ensinou Literatura, e de onde partiu para a Universidade do Wisconsin, em Madison, nos Estados Unidos, antes de se fixar em Santa Barbara, Califórnia, onde foi catedrático de Literatura Comparada.

A morte precoce de Jorge de Sena, em 1978, aos 59 anos, abriu "um terceiro período na vida de Mécia de Sena", deixando-lhe em mãos "uma quantidade monumental de projetos não realizados [do escritor], toneladas (...) de manuscritos, propósitos de livros de prosa e versos, correspondência", segundo o irmão da escritora Rui Silvino de Freitas Lopes.

A partir de então, acrescenta o irmão da escritora, Mécia de Sena assumiu a organização, documentação e edição do espólio literário do autor de "Sinais de Fogo", assim como a promoção e revelação da sua obra, da sua real dimensão, com a preocupação de concretizar "todos os sonhos que eram os do marido".

Todos os títulos surgidos desde então tiveram Mécia de Sena na origem. "A obra dele é imensa", disse a escritora numa carta dirigida em 1991 ao jornal Público, na qual confessava fazer "esforços inauditos para que [seu] marido [fosse] honestamente publicado".

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