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25 de Novembro: Lourenço e Mário Tomé com olhares opostos em quase tudo

Vasco Lourenço e Mário Tomé são militares de Abril, estiveram, há 44 anos, em lados opostos no movimento militar do 25 de Novembro e continuam com olhares completamente opostos sobre o significado da data.

25 de Novembro: Lourenço e Mário Tomé com olhares opostos em quase tudo
Notícias ao Minuto

08:55 - 24/11/19 por Lusa

País 25 de Novembro

Mário Tomé, apoiante de Otelo Saraiva de Carvalho, estratego do 25 de Abril, deputado da UDP nos anos 1990, foi um dos comandantes da Polícia Militar que defendeu posições na sede do COPCON e esteve preso cinco meses, depois dos acontecimentos de 25 de novembro.

Vasco Lourenço, um dos militares dos "moderados", ou "grupo dos nove", que saíram vencedores do movimento militar de há 44 anos, membro do Conselho da Revolução, é hoje presidente da Associação 25 de Abril.

Se as divergências de mais de quatro décadas quanto ao que aconteceu, se foi golpe da "esquerda militar" ou um contra-golpe dos moderados ainda se mantém, Vasco e Mário, em declarações à Lusa, têm também visões diferentes sobre a forma como hoje é vista a data - ainda hoje divide ou não a sociedade portuguesa?

Vasco Lourenço acha que sim, e é isso que o leva a ser contra comemorações, como propõem CDS, de direita, e Chega, de extrema-direita.

"Os acontecimentos e as datas que unem devem ser comemorados, caso do 25 de Abril, e os acontecimentos e as datas que dividem não o devem ser, mas apenas recordados para com eles aprendermos, sou adepto da comemoração do 25 de Abril e sou contra a comemoração do 25 de Novembro", lê-se num texto de Vasco Lourenço sobre a data do movimento militar, divulgado pela Associação 25 de Abril, a que preside

Mário Tomé considera exatamente o contrário, que o movimento militar que marcou o princípio do fim do processo revolucionário, em 1975, não deve ser comemorado: "O 25 de Novembro já não diz nada ao povo."

O antigo deputado da UDP e fundador do Bloco de Esquerda considera, aliás, que "não há nada a comemorar no 25 de Novembro".

A data "foi a abertura do caminho para pôr o país debaixo da Alemanha, da França, da então CEE e para liquidar toda a nossa estrutura produtiva, a indústria pesada, os estaleiros navais", disse à Lusa.

O 25 de Novembro de 1975 ditou o fim do chamado "período revolucionário em curso", conhecido pela sigla PREC, um movimento militar contra um possível golpe militar de extrema-esquerda, tese ainda hoje contestada pela chamada "esquerda militar", que saiu derrotada.

Um dispositivo militar, com base no regimento de comandos da Amadora, sob a direção do então tenente-coronel Ramalho Eanes, futuro Presidente da República, travou a tentativa de sublevação de unidades militares conotadas com setores da extrema-esquerda. Ao fim da tarde, foi decretado o estado de sítio em Lisboa.

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