30 mil quartos disponíveis para alojamento turístico no Eixo do Atlântico
A oferta de quartos em Vivendas de Uso Turístico e Alojamento Local, nos municípios do Norte de Portugal e da Galiza reunidos no Eixo Atlântico vai superar as 30 mil unidades até ao final de 2019, foi hoje anunciado.
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País Turismo
Segundo o estudo "Impacto do Turismo na Morfologia Urbana dos Municípios do Eixo Atlântico", que foi hoje apresentado em Matosinhos, distrito do Porto, "espera-se que até ao final do ano de 2019, a oferta de alojamento turístico VUT [Vivendas de Uso Turístico]/AL [Alojamento Local] do sistema urbano no Eixo Atlântico supere as 30 mil unidades (quartos)",
O Porto, cidade no Norte de Portugal, e Santiago de Compostela, na região da Galiza, no Norte de Espanha, são os dois "polos de concentração da oferta de VUT/AL, tal como o são no que respeita à oferta hoteleira tradicional", pelo facto de serem ambas "cidades património da UNESCO", bem como pelo facto de terem mais "acessibilidade" e serem o "centro de decisão política", "concentração de serviços" e "recursos turísticos".
O "fenómeno das VUT/AL tem vindo a significar um incremento exponencial do número de camas turísticas oferecidas pelas cidades da eurorregião, incremento este que se intensifica de ano para ano", alerta o estudo do Eixo Atlântico, que cita dados das entidades oficiais e das plataformas de comercialização daquela tipologia de alojamento turístico.
O estudo revela ainda que, no caso das cidades portuguesas, o aumento de VUT/AL significa uma acentuação da "tendência de superar a oferta de quartos disponibilizados pela hotelaria tradicional.
Uma outra conclusão indica que na cidade do Porto, ao contrário das restantes cidades do Eixo Atlântico, regista-se "um maior impacto na morfologia urbana como na própria qualidade de vida dos residentes", devido aos fenómenos turístico e do AL e, por isso, são necessárias "mais políticas de intervenção", dirigidas à mitigação" e "controlo de impacto", do que dirigidas à "potenciação/prevenção".
O estudo sobre o impacto do turismo na morfologia urbana do Eixo Atlântico alerta ainda que o Norte de Portugal e a Galiza estão a "perder população" e que nas zonas rurais a "população está a envelhecer", recomendando que se devem fomentar "intercâmbios de informação", "regulamentos" e "soluções relacionadas com o tema" entre os diferentes responsáveis municipais dos membros do Eixo, até porque os fenómenos da interioridade tornam uma "grande parte do território da eurorregião [em] áreas de baixa atratividade turística" e cuja oferta de alojamento é distorcida pela época alta (verão).
Para o vice-presidente da Câmara de Matosinhos, Fernando Rocha, este novo estudo tem a "grande virtude" de ser uma antecipação de eventuais "possíveis problemas" e uma forma de combater os erros que os outros já cometeram, designadamente em Veneza (Itália), Barcelona (Espanha) ou Berlim (Alemanha).
Este estudo pretende ser preventivo para que não "matemos a galinha de ovos de ouro" e vem mostrar, por exemplo, que o "turismo pode destruir cidades", como está a acontecer em Lisboa com Alfama ou na zona do Castelo, enumerou, referindo que os moradores locais são "expulsos" e "há um aumento do custo da habitação".
"Estamos a tempo de tomarmos as medidas" e poder "atacar estes problemas", considerou.
O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma entidade sem fins lucrativos, composta por 35 entidade associadas, que se dedica a apoiar todas aquelas iniciativas que fomentem a cooperação transfronteiriça, lê-se na páfina oficial eda Internet daquela estrutura.
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