Meteorologia

  • 10 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 16º MÁX 28º

Conselho Superior escolhe procuradores por "preferências pessoais"

O sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) acusou hoje o Conselho Superior do Ministério Público de escolher os procuradores para os departamentos mais importantes da investigação criminal por preferências pessoais.

Conselho Superior escolhe procuradores por "preferências pessoais"
Notícias ao Minuto

17:32 - 18/11/19 por Lusa

País Sindicatos

Em comunicado o SMMP, alega que no movimento anual de magistrados do Ministério Público "há candidatos preteridos em função de outros sem que se saiba qual o critério lógico que presidiu a tais escolhas".

"Basta olharmos para alguns votos de vencido de conselheiros que integram o Conselho Superior do Ministério Público para percebermos que o critério principal de escolha dos procuradores que integram os departamentos mais importantes da investigação criminal do Ministério Público são as preferências pessoais", refere o sindicato.

Defendendo que a realização do movimento anual de magistrados é uma das tarefas mais importantes do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), a estrutura sindical considera que nos últimos anos se tem assistido à realização de diversos procedimentos que esvaziam grande parte do movimento e que cada vez mais as colocações de procuradores ocorrem fora deste processo.

"Discordamos frontalmente" que para aceder a lugares nos departamentos onde se tramitam os processos de investigação criminal mais complexos e mediáticos "não seja determinante a experiência profissional na área, a classificação ou a antiguidade na profissão", mas sim cair nas "boas graças" da hierarquia que determina a posterior decisão do CSMP.

"Não nos revemos neste Ministério Público onde agradar ao 'chefe' é mais importante que a competência profissional e onde as regras que pautam um concurso público normal são uma miragem!", critica o sindicato, presidido por António Ventinhas.

O sindicato ressalva a mudança de regras no concurso para o DCIAP, alegando que no aviso não consta que os procuradores escolhidos podem exercer a sua atividade fora de Lisboa, pelo que, "se esta circunstância fosse conhecida inicialmente certamente muitos outros procuradores teriam concorrido ao departamento em causa".

Num documento critico da forma como decorreu o movimento de magistrados o sindicato considera "inadmissível que critérios objetivos e transparentes sejam substituídos por critérios opacos e subjetivos na colocação de magistrados por um órgão vinculado à defesa da legalidade [CSMP].

O sindicato alerta também para a falta de magistrados e que "a abertura de novos lugares como efetivo parece que se encontra em vias de extinção".

"É imperioso que o CSMP altere rapidamente a sua forma de funcionamento e se torne mais eficiente e profissional, sob pena de comprometer o futuro desta magistratura", concluiu.

O CSMP é formado por 18 membros, entre procuradores, membros eleitos pela Assembleia da República e membros designados pela ministra da Justiça e é presidido pela procuradora-geral da República, Lucília Gago.

Na última reunião do CSMP foram elaboradas listas que indicam a saída de cerca de um terço dos procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que estavam em funções, entrando, em contrapartida, uma série de novos magistrados, incluindo procuradores-adjuntos.

Os procuradores Vítor Magalhães e João Valente, da equipa que investigou o caso Tancos, são dois dos magistrados que vão sair do DCIAP.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório