Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta quinta-feira a ideia de uma revolução digital imparável com vários desafios pela frente e com impacto decisivo no presente e no futuro. "Uma revolução que está a mudar o mundo, a Europa e Portugal”, disse. 

Discursando perante os representantes das startups portuguesas que vão participar no Web Summit em 2019, o Presidente da República vincou que elas “nascem e morrem, e nascem e morrem”, sublinhando que “faz parte da sua lógica terem ciclos de vida curtos, intensos mas furtuosos”.

“Maturidade quer dizer que agora há que tratar no Web Summit temas de uma revolução que amadureceu. Temas como a regulação, como a privacidade, como o financiamento, como a sustentabilidade, eram temas que já vinham de trás mas há ganharam importância hoje", afirmou o Chefe de Estado.

Todavia, "maturidade não pode ser o fim, tem de ser o recomeço”, defendeu, com os olhos postos no futuro. E dirigindo-se aos representantes das startups, Marcelo disse: “A vossa vida vai recomeçar várias vezes, o Web Summit vai recomeçar várias vezes, a imaginação do Paddy, mais o apoio de Portugal, mais os investimentos infraestuturais que vão sendo feitos – e que vão ser mesmo feitos –, mais aquela mudança que é preciso introduzir ano após ano para que não seja um caminho que acaba e ser um caminho que se renova”.

Isso, apontou, "significa futuro para a revolução digital, futuro para as vossas iniciativas, futuro para Portugal e para os portugueses. E a nós interessa-nos tudo isso, interessa-nos o futuro global, um mundo mais justo, diferente”.

“Daqui por anos já não teremos quem tenha dúvidas, que havia no início do Web Summit, sobre se há ou não alterações climáticas: há. Daqui por uns anos, se não já hoje, não teremos dúvidas por todo o mundo quanto é que o multilateralismo  é importante: é importante. Ninguém é uma ilha, nem mesmo o maior poder do mundo", destacou. 

E por isso, continuou Marcelo, "há que colaborar, há que convergir", em prol de um "futuro global diferente" que "será também um futuro diferente para Portugal e para os portugueses". 

Por fim, deixou palavras de agradecimento aos representantes das startups e ao próprio Paddy Cosgrave, também presente no encontro de esta quinta-feira. 

"Vocês estão a fazer o que estão a fazer em termos de viragem geracional na economia e na sociedade portuguesa mas estão a fazer com isso levando Portugal todo a mudar. Não se nota mas [o país] está diferente. O Portugal de há 3, 4, 5 anos era diferente do Portugal atual e uma das razões têm a ver convosco", afirmou Marcelo. 

"Estamos gratos a quem arrancou e especialmente gratos ao Paddy. Soube perceber que Lisboa e Portugal eram interessantes, complicados mas interessantes, dando algumas dores de cabeça, mas interessantes. E não está arrependido e não pode arrepender-se (...)", rematou, por fim.