Visão Estratégica para a Mobilidade de Lisboa aprovada. CDS e PCP contra
A Câmara de Lisboa aprovou hoje a Visão Estratégica para a Mobilidade da capital, que pretende "aumentar a atratividade do transporte público" e ambiciona zero mortes nas estradas em 2030, com os votos contra do PCP e do CDS-PP.
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País Mobilidade
O documento, apreciado na reunião pública de câmara, a decorrer hoje à tarde nos Paços do Concelho, teve os votos favoráveis dos restantes partidos (PS, BE e PSD).
A Visão Estratégica para a Mobilidade 2030, à que a agência Lusa teve acesso, pretende "aumentar a atratividade do transporte público", através "da simplificação e redução tarifária, melhoria da sua fiabilidade, regularidade, qualidade e aumento da velocidade comercial, nomeadamente através da implementação de corredores 'bus' de elevado desempenho".
O documento refere também a "implementação de uma rede de transportes fluviais, coletivos e individuais, ao longo da frente ribeirinha".
A estratégia, assinada pelo vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar (PS), inclui medidas de promoção da segurança no sistema de mobilidade, estruturadas por via do Plano Municipal de Segurança Rodoviária e que "ambicionem zero mortes nas estradas de Lisboa".
O responsável pela pasta da Mobilidade na capital vai ainda concretizar uma estratégia de aceleração da adoção da mobilidade elétrica, assim como requalificar o espaço público e a rede pedonal, "reduzindo deslocações automóveis de curta distância" e "melhorando a acessibilidade universal à rede de transportes públicos e de equipamentos".
A proposta acrescenta que este plano tem como objetivo reduzir o número de viagens em veículo particular para as escolas e expandir a rede de ciclovias para "em seis anos triplicar o total das viagens em bicicleta".
"A baixa pombalina será cada vez mais reservada a veículos de emissão zero. Essas restrições irão estender-se progressivamente ao resto da cidade, com vista à eliminação dos veículos a gasóleo e gasolina", sublinha o documento.
A construção de mais parques de estacionamento dissuasores junto às interfaces de transportes públicos da periferia, com integração tarifária, e a concentração de mais emprego "nas zonas melhor servidas de transporte público, reduzindo a necessidade de utilização do automóvel", são outros dos objetivos da visão estratégica.
Intervindo na sessão, o vereador do PCP Jorge Alves disse que a estratégia "não tem em consideração os problemas que hoje se colocam e afetam a mobilidade" da cidade, defendendo que o documento está "desfasado da realidade e dos problemas sentidos [pela população] no dia-a-dia".
"Um documento que não tenha por base a identificação clara e rigorosa dos problemas da atualidade, pode não ser visto com a credibilidade necessária por parte dos agentes ligados ao setor e pelos próprios cidadãos", considerou.
O comunista realçou também que a Visão Estratégica implicará ações que lhe "merecem reservas", como o desenvolvimento da linha circular do metro e o estacionamento tarifado em toda a cidade.
Pelo CDS-PP, João Gonçalves Pereira criticou que o documento não faça "uma única referência ao metropolitano" e não tem "em conta a qualidade de vida dos lisboetas".
Para o centrista, falta também uma visão à escala metropolitana no documento.
No fim da discussão, o presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), manifestou concordância com alguns destes pontos, acrescentando na proposta o reforço do investimento de âmbito metropolitano nos meios pesados de mobilidade (comboio, metro, barco ou outros) e da "coordenação a nível metropolitano dos sistemas de mobilidade".
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