Falsa funcionária da Segurança Social julgada no Funchal por 17 crimes
Uma mulher de 38 anos, que se apresentava como falsa funcionária da Segurança Social, começa a ser julgada em dezembro no Funchal acusada de 17 crimes de furto, nas formas qualificada e simples, consumada e tentada.
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País Furto
No despacho de acusação, ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, lê-se que a arguida, desempregada, como "não possuía rendimentos nem bens que lhe permitissem o seu sustento e do seu agregado familiar, gizou um plano" para se apropriar de dinheiro e de objetos com valor económico, "concretamente artigos e joias em ouro", que vendia nas lojas de compra e venda de ouro usado na cidade do Funchal.
"Para o efeito decidiu abordar pessoas idosas na via pública, nas unidades hospitalares, nas instalações da Segurança Social e nas suas próprias residências, onde acabou por entrar" intitulando-se como "funcionária da Segurança Social ou voluntária de instituições de solidariedade social ou funcionária de outras instituições públicas", refere o Ministério Público (MP).
Segundo o MP, nestes locais a mulher encetava diálogo com as vítimas, prometendo "ajudá-las com alimentos, subsídios e resolução de outras questões", ganhando, dessa forma, a confiança daquelas.
O primeiro dos crimes terá sido cometido em maio de 2012, nas instalações da Segurança Social, com a arguida a assumir-se como funcionária desta entidade perante uma idosa de 79 anos, a quem se predispôs ajudar.
Aproveitando o facto de a ofendida lhe ter pedido para tirar um papel da mala, a suspeita furtou 115 euros e, já na rua, onde acompanhou a vítima até à paragem do autocarro, retirou-lhe um fio em ouro com uma medalha.
O MP adianta que, noutra ocasião, depois de também na Segurança Social ter estabelecido diálogo com nova vítima, fazendo-se passar por funcionária do Instituto de Habitação, a arguida deslocou-se a casa da ofendida, onde furtou 4.410 euros, em peças de ouro e dinheiro.
Já este ano, a 01 de março, a acusada, que se encontra em prisão preventiva, abordou um casal à porta de sua casa que esperava pelo carteiro que lhes trazia os vales da reforma, acabando por o acompanhar a uma estação dos CTT.
Após o casal ter recebido os 600 euros, a arguida, aproveitando-se de uma distração daquele, retirou-lhe o dinheiro, tendo as vítimas ficado nesse mês "numa situação económica delicada, pois essa é a sua única fonte de rendimentos", sustenta o MP.
O julgamento, por um tribunal coletivo, tem início previsto para o dia 04 de dezembro, às 09:15, nas Varas de Competência Mista do Funchal.
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