Portugueses ganham 20 euros por semana a trabalhar "de manhã à noite"
Caso aconteceu em Espanha. Tribunal está a julgar os sete espanhóis que empregaram os cidadãos portugueses.
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País Espanha
O tribunal de Vigo está a julgar um caso em que, alegadamente, cinco portugueses eram vítimas de exploração profissional. O Ministério Público espanhol deduziu acusação contra sete cidadãos, considerando que as vítimas viviam em condições sub-humanas enquanto desenvolviam tarefas no setor da restauração, na montagem de paletes e na recolha de cartão.
Detalha a Voz da Galícia que os arguidos estão acusados de não pagar Segurança Social relativamente às vítimas que trabalhavam "de manhã à noite" por 20 euros por semana "sem qualquer plano de proteção, medidas de segurança e a dormir numa caravana".
Em sede de audiência, questionado quanto ao facto ao motivo que justificava o facto de os portugueses não estarem inscritos na Segurança Social nem terem seguro de trabalho, um dos réus declarou: "Somos pessoas que apanham papelão, não somos uma empresa; vivemos mal".
Já outro dos acusados assegurou que não deu contrato aos trabalhadores porque estes "se ofereceram para ajudar mesmo sem saberem o salário que iriam ganhar". No tribunal de Vigo, esta terça-feira, alegou o arguido que os cidadãos "não têm casa" e vão para Espanha "para trabalhar, ficam lá a dormir e saem quando querem".
Uma das mulheres que está também acusada informou o tribunal que lhe competia fazer o pequeno almoço, o almoço e o lanche e que os trabalhadores eram pagos de acordo com o trabalho que desempenhavam. "Se me dessem 50 euros pelo papelão, 30 eram para mim porque sou eu que paga a casa e eles levam 20 euros".
A sessão deverá continuar esta quarta-feira, onde se prevê que sejam ouvidas as alegadas vítimas de nacionalidade portuguesa.
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