Nuno Mendes, mais conhecido como 'Mustafá', alegou esta quarta-feira em sede de julgamento que o ex-inspetor da Polícia Judiciária Pereira Cristóvão foi o mandante dos assaltos a duas residências em Cascais e em Lisboa, acusando-o de ser "um mentiroso compulsivo".
Por sua vez, em declarações ao Notícias ao Minuto, Paulo Pereira Cristóvão reage às acusações de 'Mustafá', defendendo que quem o conhece sabe que já viveu "muita coisa", já presenciou "muita coisa" e já teve de "lidar com situações que, felizmente, para a maioria das pessoas não fazem parte da sua realidade".
No entanto, acrescentou ainda o ex-inspetor da Polícia Judiciária, "hoje assisti in loco a um raro momento em que constatamos o quão baixo, escroque, desprovido de qualquer sentido de dignidade, mentiroso e reles, o ser humano (pelo menos alguns) consegue ser. Como encarar isto? Com a serenidade que só a verdade nos transmite e a certeza de que é sempre a própria vida a encarregar-se de dar a resposta devida".
Em tribunal, 'Mustafá' afirmou ainda ter sido "usado" por Pereira Cristóvão, alegando que só aderiu ao esquema criminoso para "fazer um favor a um amigo".
"Quero assumir aqui as culpas, estou arrependido, quero pedir desculpas às vítimas e estou disposto a compensar as vítimas. Longe de mim pensar que aquilo eram roubos, para mim eram cobranças. Nunca fui a casa de ninguém nem apontei armas. A pior coisa que me aconteceu na vida foi ter conhecido este senhor", disse 'Mustafá', apontando na direção de Pereira Cristóvão.