Alegações finais de cidadão marroquino julgado por terrorismo adiadas
As alegações finais do julgamento do cidadão marroquino acusado de pertencer ao grupo Estado Islâmico e de recrutar operacionais em Portugal, a troco de 1.500 euros mensais, previstas para hoje, foram adiadas para 4 de junho.
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País Marroquino
Na sessão de hoje de julgamento, que decorre no Campus da Justiça, em Lisboa, estava agendada a inquirição de um inspetor/coordenador da Polícia Judiciária (PJ) e de uma outra testemunha, que se encontra de licença por gravidez.
Como a procuradora do Ministério Público (MP) não prescindiu da inquirição da testemunha, o presidente do coletivo de juízes, Francisco Henriques, remarcou a inquirição da mulher, seguida de alegações finais, para as 9h30 de 4 de julho.
Na audiência de hoje, o coordenador da PJ reatou os contactos e a troca de informações que existiram com congéneres de outros países em relação ao arguido, que esteve em vários países europeus, entre os quais Suécia, Noruega, Dinamarca e Alemanha, e da América Latina, designadamente no Panamá e no Brasil.
Na primeira sessão de julgamento, que começou a 1 de abril, Abdesselam Tazi, de 65 anos e que se encontra em prisão preventiva desde 23 de março de 2017 na cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, disse que "nunca recrutou ninguém nem financiou o terrorismo", considerado que a acusação "é como um filme de Hollywodd".
O arguido responde por oito crimes: adesão a organização terrorista internacional, falsificação com vista ao terrorismo, recrutamento para o terrorismo, financiamento do terrorismo e quatro crimes de uso de documento falso com vista ao financiamento do terrorismo.
Segundo a acusação do MP, Abdesselam Tazi deslocou-se várias vezes ao Centro de Acolhimento para Refugiados, no concelho de Loures, para recrutar operacionais para esta organização, prometendo-lhes mensalmente 1.800 dólares norte-americanos (cerca de 1.500 euros).
Abdesselam Tazi fez-se sempre acompanhar por Hicham El Hanafi, que havia radicalizado e recrutado em Marrocos, antes de ambos viajarem para a Europa. O MP diz que o processo de refugiado, os apoios e a colocação em Portugal deste suspeito foram idênticos aos do arguido, tendo ambos ficado a viver juntos no distrito de Aveiro.
"Pelo menos a partir de 23 de setembro de 2013, a principal atividade desenvolvida pelo arguido em Portugal consistia em auxiliar e financiar a deslocação de cidadãos marroquinos para a Europa e em obter meios de financiamento para a causa 'jihadista'", indica a acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
O MP conta que Abdesselam Tazi "passou a visitar regularmente" o Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR) "para dar apoio às pessoas em relação às quais organizara a sua vinda para Portugal e outros migrantes jovens que pudessem ser radicalizados e recrutados para aderirem ao Daesh" (acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico), procurando convencê-las de "que teriam uma vida melhor se aderissem ao Daesh e fossem viver para a Síria".
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