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Criado grupo de trabalho para avaliar viabilidade da Barragem do Pisão

O Governo anunciou hoje a criação de um grupo de trabalho para avaliar a viabilidade técnico-financeira da Barragem do Pisão, no concelho do Crato (Portalegre), projeto hidroagrícola reivindicado há dezenas de anos por vários setores locais.

Criado grupo de trabalho para avaliar viabilidade da Barragem do Pisão
Notícias ao Minuto

12:11 - 09/04/19 por Lusa

País Governo

O grupo de trabalho "irá compilar a informação existente e desenvolver o estudo do modelo de financiamento e gestão do empreendimento", segundo o despacho conjunto hoje publicado em Diário da República.

O despacho foi assinado pelos ministros Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, Planeamento, Nelson de Souza, Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos.

O grupo de trabalho é composto por um representante do ministro Adjunto e da Economia, que coordena, e elementos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Direção Geral de Energia e Geologia, Grupo Águas de Portugal, Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo.

"Dentro de 60 dias, o grupo deverá apresentar um relatório com a apreciação dos vários estudos preparatórios existentes, propostas de novas finalidades de utilização, designadamente ao nível da produção energética com a criação de um "espelho de água fotovoltaico" ou outras que possam estimular o investimento e a valorização da região em que se insere", lê-se num comunicado hoje divulgado pelo gabinete do ministro Adjunto e da Economia.

De acordo com o Governo, o relatório também terá a análise sumária do custo-benefício no contexto regional, uma proposta de modelo de financiamento e gestão do empreendimento e um plano de ação e respetivos prazos de execução.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, mostrou-se "bastante satisfeito" com a criação do grupo de trabalho, considerando que foi dado "mais um passo de forma consolidada" para que a construção da barragem possa ser uma realidade.

O autarca socialista do Crato adiantou que "dentro de poucos dias" o grupo de trabalho vai começar a reunir.

Segundo o Governo, os primeiros estudos sobre a Barragem do Pisão e a sua valia agrícola datam de 1957, no Plano de Valorização do Alentejo, que indicava a necessidade de construir uma barragem que armazenasse os caudais da ribeira da Seda.

Em 2010, o Estudo de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato - Sua Viabilidade, nas vertentes da rega, do abastecimento público e da criação de uma central mini-hídrica estimou o custo da obra em cerca de 100 milhões de euros, refere o comunicado do gabinete do ministro Adjunto e da Economia.

Seis anos depois, todos os grupos parlamentares, em resolução da Assembleia da República, consideraram a Barragem do Pisão como obra prioritária e aprovaram, por unanimidade, recomendar a inclusão do projeto nas prioridades de investimento do regadio, no Plano Nacional de Regadio e no Programa Nacional para a Coesão Territorial.

Em todos os estudos efetuados, segundo o executivo, a Barragem do Pisão foi "apontada como fundamental para estimular o desenvolvimento económico e sustentável da área de influência do projeto, pelo que foi considerado urgente avaliar, de forma rigorosa, toda a documentação produzida até à data, que possam suportar uma decisão sobre a viabilidade de construção do empreendimento, rentabilizando o conhecimento específico já produzido".

A Barragem do Pisão, no Alto Alentejo, já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

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