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Associação ambientalista critica operação de dragagem na Ria de Aveiro

A associação ambientalista Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (FAPAS) criticou hoje a operação de dragagem na Ria de Aveiro, considerando que "poderá agravar ainda mais a erosão, a salinização e a diminuição da navegabilidade lagunar".

Associação ambientalista critica operação de dragagem na Ria de Aveiro
Notícias ao Minuto

16:02 - 06/02/19 por Lusa

País FAPAS

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, presidiu no sábado, em Ovar, à assinatura dos contratos da "transposição de sedimentos para otimização do equilíbrio hidrodinâmico na Ria de Aveiro", um investimento de 17,5 milhões de euros para dragar 95 quilómetros de canais e retirar um milhão de metros cúbicos de sedimentos, que irão servir para fazer a recarga de areia da orla marítima e reforçar as margens da Ria.

Numa tomada de posição sobre esta operação de desassoreamento, o FAPAS adverte que, "apesar de ter sido feito um Estudo de Impacto Ambiental, esse estudo não prevê que as implicações neste ecossistema poderão não ficar confinadas a alterações na fisionomia da laguna, mas também irão provocar a perda de habitats para a fauna lagunar".

"Queremos respeito pelas Zonas Húmidas, pois Portugal está comprometido com a aplicação da legislação em vigor e que classifica a Ria de Aveiro como Zona de Proteção Especial da Rede Natura 2000", reclama aquela organização ambientalista.

Afirmando preocupação pela deposição de dragados em cima de sapais, caniçais e vegetação dunar, o FAPAS teme que diminuam as áreas intertidais (zonas que ficam expostas entre marés), fundamentais para a alimentação das aves aquáticas.

Por outro lado, o FAPAS considera que a criação de acessibilidade a áreas da Ria de Aveiro até agora sossegadas, como já aconteceu com a instalação de passadiços, irá introduzir novos fatores de perturbação.

"Duvidamos que as dragagens tenham como objetivo reanimar a agricultura ribeirinha que sempre conviveu com a salinidade", referem os ambientalistas, afirmando discordar que seja dada prioridade à náutica de recreio na Ria de Aveiro e nos seus esteiros.

"A náutica de recreio tem espaço de sobra nos canais principais e, nesses sim, poderão ser feitas dragagens pontuais. Se é verdade que a náutica de recreio tem importância para o desenvolvimento local, não é, no entanto, condição 'sine qua non' para a vida na Terra, mas a biodiversidade é!", conclui.

De acordo com informação na sua página da Internet, o FAPAS é uma organização não governamental de ambiente, de âmbito nacional, sem fins lucrativos, constituída em 1990 por cidadãos com experiência no domínio da conservação da natureza, vocacionada para a promoção de ações que visam a conservação ativa da biodiversidade e dos ecossistemas.

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, considerou no sábado, a empreitada na Ria de Aveiro a intervenção "mais relevante" das cerca de 50 que estão a decorrer no litoral da costa portuguesa, afirmando que vai ser "um fiscal à distância".

"Esta é, de facto, das 50 intervenções em causa muito provavelmente a mais relevante de todas. Estamos a falar de um investimento, com IVA, de 23,5 milhões de euros", disse Matos Fernandes, durante a celebração do 10.º aniversário da sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro (PLRA), que assinou o contrato para a empreitada "Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro".

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