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Britânicos confiantes que aliança histórica resolva qualquer problema

Residentes britânicos em Portugal admitem que as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia ainda causam muitas dúvidas, mas mostram-se confiantes de que a aliança luso-britânica resolva eventuais problemas.

Britânicos confiantes que aliança histórica resolva qualquer problema
Notícias ao Minuto

19:56 - 17/01/19 por Lusa

País Brexit

Numa sessão de esclarecimento sobre o 'Brexit' promovido pelo consulado britânico, que decorreu hoje em Tomar, no distrito de Santarém, residentes do Reino Unido em Portugal apresentaram as suas dúvidas sobre as consequências que o processo pode ter na sua carta de condução, entrada e saída do país, efeitos nas pensões, segurança social ou acesso ao Serviço Nacional de Saúde.

Apesar das dúvidas e de o processo gerar confusão, ainda para mais após o Parlamento britânico ter chumbado o acordo negociado entre Londres e Bruxelas, na terça-feira, britânicos a morar no país mostram-se confiantes de que a mais antiga aliança diplomática do mundo, assinada em 1386, permita resolver qualquer impasse ou problema durante o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Simon, de 57 anos, mudou-se para perto de Tomar em novembro, já sabendo que o 'Brexit' seria certo.

"Queríamos chegar antes de 29 de março [data em que o 'Brexit' será formalizado] e, por isso, reformei-me mais cedo, vendi as coisas que tinha e comprámos cá uma propriedade em novembro e pedimos o título de residência. Tínhamos de fazer isso antes de 29 de março, porque não sabíamos como seria depois", conta à Lusa o britânico que votou para o Reino Unido sair da UE.

O que ouviu na sessão de esclarecimento e o que lê e ouve do Governo português deixa-o "confiante de que nada vai mudar" para os residentes britânicos no país.

"É um país acolhedor e quer manter a relação com o seu mais antigo aliado. Acho que isso é positivo para todos", vincou.

Susan, de 62 anos, há sete a morar perto de Penela, no distrito de Coimbra, olha com alguma apreensão para um processo que se arrasta no tempo e ainda sem acordo, mas espera também que a amizade que "Portugal tem com o Reino Unido há anos e anos signifique que as coisas vão funcionar" após o 'Brexit'.

"Eu vou esperar para ver. Não vou estar a preocupar-me com o que vai acontecer ou com o que pode acontecer", disse.

Também David Funell, de 63 anos, a morar em Alvaiázere, Leiria, há dez, acredita que o 'Brexit' não vai afetar muito o seu quotidiano e também deposita a sua confiança na longa aliança entre os dois países.

"Estou muito calmo em relação a isto e nós britânicos damo-nos bem com as pessoas das vilas e aldeias, com as câmaras municipais. Não temos problemas. Desde que a minha pensão venha, então não haverá problemas", afirmou.

Numa sessão de esclarecimento calma e pacífica, algumas das perguntas foram direcionadas para a questão das pensões, com uma plateia de cerca de 70 residentes britânicos em que a maioria são reformados.

A diretora regional britânica de Políticas Consulares, Lorna Geddie, explicou que os cidadãos britânicos a morar fora do Reino Unido continuarão a receber a sua pensão.

Sobre a possibilidade de viver em Portugal, Lorna Geddie frisou que, desde que estejam registados como residentes, os cidadãos britânicos continuarão a ter esse direito, seja num cenário de 'Brexit' sem acordo com a UE ou com acordo.

A responsável admitiu que não sabe o que poderá acontecer depois de o Governo liderado por Theresa May apresentar nova proposta de acordo da saída do Reino Unido na próxima segunda-feira, mas salientou que, mesmo que haja uma saída sem acordo, os governos estão já a preparar-se para essa situação, elogiando o executivo português por avançar com um plano de contingência.

Depois de praticamente dois anos de negociações, o acordo alcançado em novembro passado entre o Governo de Theresa May e a UE a 27 foi "chumbado", de forma expressiva, pela Câmara dos Comuns na passada terça-feira, a dez semanas da data agendada para a consumação do 'Brexit', 29 de março (dois anos após o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, o da saída de um Estado-membro do bloco europeu, ter sido ativado pelo Reino Unido).

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