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Julgamentos adiados em Vila Real devido à greve dos juízes

Julgamentos agendados para esta manhã no Tribunal Judicial de Vila Real foram adiados devido à greve nacional dos juízes, causando "muitos transtornos" para quem teve de se deslocar vários quilómetros até à cidade transmontana.

Julgamentos adiados em Vila Real devido à greve dos juízes
Notícias ao Minuto

11:17 - 20/11/18 por Lusa

País Justiça

Adriano Vaz é testemunha de um processo de burla qualificada cujo início do julgamento estava marcado para as 09:30 de hoje.

"Causa muitos transtornos, eu sou médico em Bragança e ia estar presente numa operação e tudo ficou adiado", afirmou à agência Lusa.

O médico veio de Torre de Moncorvo, que dista cerca de 150 quilómetros de Vila Real, e foi surpreendido com a greve dos juízes.

Dos três juízes do coletivo da secção central criminal, dois aderiram ao protesto nacional marcado para hoje contra a revisão "incompleta" do Estatuto, por não contemplar reivindicações remuneratórias e de carreira.

"Tinha ouvido falar da greve, mas nada me dava a certeza de que aqui também ia haver. E esta já é a segunda vez que cá venho, já na semana passada o julgamento foi adiado e agora não sei para quando é que vai ficar marcado", referiu.

Também Luís Rosa Chaves, residente em Chaves, é testemunha do mesmo julgamento. No espaço de uma semana foi surpreendido pelo adiamento do início do julgamento e disse que lhe "causa muitos transtornos". Na semana passada o adiamento deveu-se a razões processuais.

"Sou motorista de autocarros e faço uma linha internacional e não podendo sair para fora, como foi o caso de hoje, perco uma semana de trabalho", salientou.

Também Luís Rosa Chaves já tinha ouvido falar da greve, no entanto, como não foi "notificado que havia adiamento do julgamento", disse que tinha de estar presente.

"Se não venho, corro o risco de pagar uma multa de 250 euros", referiu.

Advogado neste processo, Adérito Vaz Pinto afirmou que o julgamento "foi adiado em consequência da greve".

"O problema deste caso é que, de facto, as pessoas vêm das zonas de Chaves ou Macedo de Cavaleiros e deslocam-se aqui de propósito. Mas se é certo que causa alguns transtornos, também há que compreender o lado de lá e as razões da greve", sublinhou.

No juízo local criminal de Vila Real, os dois juízes também aderiram à greve.

Gil Tavares é testemunha de julgamento por tráfico de droga neste juízo e veio de propósito de Chaves.

"Tive de vir de autocarro, e são 12 euros, que é muito dinheiro para quem, como eu, está desempregado. Disseram-me que depois me mandavam uma carta para casa a dizer quando é que vai ser o julgamento", salientou.

No Tribunal de Família e Menores as diligências marcadas para esta manhã decorreram com normalidade.

Além da greve geral de hoje, que abrange tribunais de todo o país e envolve à partida cerca de 2.300 magistrados, estão previstos mais 20 dias de greve parcial, repartidos por diferentes tribunais e por datas que vão até outubro de 2019.

A greve foi convocada para todos os juízes em funções em todos os tribunais judiciais, tribunais administrativos e fiscais, Tribunal Constitucional e Tribunal de Contas.

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