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Governo admite ajustamentos à norma transitória das emissões de CO2

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais admitiu hoje ajustamentos no próximo ano à norma transitória que reduz as emissões de dióxido de carbono (CO2) para efeitos do Imposto Sobre Veículos (ISV) e Imposto de Circulação (IUC).

Governo admite ajustamentos à norma transitória das emissões de CO2
Notícias ao Minuto

17:24 - 09/11/18 por Lusa

País OE2019

"Se for necessário durante o ano fazer algum ajustamento à norma transitória seguramente os senhores deputados à Assembleia da República o apreciarão", disse António Mendonça Mendes na sessão de abertura da 29.ª convenção da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA).

O governante sublinhou que, para isso, é "muito importante" que a comissão de acompanhamento que contará com o Ministério do Ambiente e as várias associações do setor funcione desde o início.

Em causa está o novo modelo de medição de emissões de CO2, o WLTP ('Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure'), que substitui o NEDC ('New European Driving Cycle'). Na prática, o novo modelo mede outras componentes que antes não eram tidas em conta para a medição de emissões, como por exemplo, o ar condicionado ou a largura dos pneus, e é feito em ambiente real e não em laboratório como o anterior.

"Se nós nada fizéssemos o que acontecia era que aplicando as atuais taxas às atuais emissões, aumentaria naturalmente a componente fiscal e por essa via seguramente aumentariam os preços", afirmou o secretário de EStado à margem da conferência.

O que o Governo fez, explicou, foi fazer a correspondência entre o sistema antigo e o atual tendo por base "o único estudo que existe da Comissão Europeia, que aponta para que o novo sistema trará em média mais 21% de medições que o anterior".

"O que fizemos foi uma norma no Orçamento do Estado para 2019 [OE2019] que permite que o CO2 medido seja corrigido para efeitos fiscais a uma média de 21%", adiantou, acrescentando que o estudo da Comissão Europeia tem "limitações porque tem um universo de carros relativamente pequeno" e, por isso, é necessário monitorizar a aplicação do novo sistema e medições.

A monitorização será feita por uma comissão de acompanhamento com os representantes do setor, mas também com o Ministério do Ambiente para avaliar o ajustamento que foi feito "porque aquilo que se pretende não é nenhum agravamento fiscal, mas apenas o ajustamento da fiscalidade às novas regras de medição das emissões", sustentou.

"Achamos importante que a comissão de acompanhamento vá monitorizando a aplicação, que vamos tendo mais informação e, se se justificar, naturalmente que devemos ponderar se devemos ou não adaptar então e evoluir naquilo que é o nosso fator de correção e a evolução pode ser para baixo ou para cima", disse ainda António Mendonça Mendes.

"Aplicámos um fator de correção de 21%. Se com a prática, se com novos estudos esse fator de correção se revelar desajustado ou para cima ou para baixo, penso que a obrigação de quem tem responsabilidades de propor a sua adaptação", reforçou o governante.

Na sessão de abertura da convenção, o presidente da ANECRA, Alexandre Ferreira, propôs a criação de um grupo de trabalho governamental com a participação das associações do setor para analisar e propor alterações à fiscalidade automóvel, sublinhando que o setor continua a ser "o maior contribuinte líquido do país".

"Pensamos ter chegado o momento para a criação de um grupo de trabalho governamental com a participação da ANECRA e outras associações congéneres com o objetivo de analisar e balancear a atual fiscalidade automóvel no que concerne ao ISV, ao IUC e ao ISP, definindo e propondo alterações (...) visando a sua atualização e adequação" à realidade, disse o presidente da ANECRA.

Alexandre Ferreira disse ainda que a ANECRA tem "total disponibilidade" para integrar a futura comissão de acompanhamento que irá monitorizar a aplicação da componente ambiental do ISV e do IUC baseada nas emissões de CO2.

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