"Destinámos 17% do orçamento de 2018 à Cultura, uma das percentagens mais elevadas do país. Foram dados passos importantes na consolidação da candidatura de Leiria e da sua região a Capital Europeia da Cultura em 2027, um projeto que assumimos com firmeza", disse à agência Lusa o presidente da Câmara.

Considerando que se tratou de um ano "marcado por um grande dinamismo de uma equipa renovada e apostada em consolidar o concelho como locomotiva do desenvolvimento de toda a região", Raul Castro destacou ainda a mobilização que conseguiu na defesa da abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil, "uma reivindicação de importância fulcral para o futuro desta região".

Neste primeiro ano, a autarquia lançou alguns projetos, nomeadamente a "reabilitação no castelo de Leiria, a criação da Loja do Cidadão, a requalificação do Mercado Municipal e o desenvolvimento do projeto para a criação do Centro de Artes Villa Portela".

"Este último ano traduz uma forte aposta na área da cultura, que se enquadra na ambição de candidatar Leiria a Capital Europeia da Cultura em 2027", frisou Raul Castro, considerando que foram lançadas as bases daquilo que pretende: "Um concelho moderno, dinâmico, atrativo e inovador, capaz de se destacar em múltiplas áreas, da económica à cultural".

A Câmara de Leiria tem "quase concluída" a renovação da totalidade dos bairros sociais, o "que permite uma melhoria significativa da qualidade de vida das famílias desfavorecidas".

A rede escolar, o alargamento da rede de saneamento e a construção do futuro Jardim da Almuinha Grande - projeto esperado há 20 anos - são outros dos investimentos salientados.

"A grande dificuldade com que nos deparamos é a falta de agilidade da 'máquina pública', que, por vezes, trava por via da burocracia o andamento dos nossos projetos", lamentou Raul Castro, apelando que se encontrem outros mecanismos "que assegurem uma maior celeridade na tramitação processual ao nível dos diferentes organismos intervenientes, nomeadamente no que diz respeito ao licenciamento".

Por outro lado, "com o reanimar da atividade económica, verifica-se atualmente escassez de empresas, em especial na área da construção, com capacidade para responder ao volume de obras em lançamento nas autarquias, o que acarreta também um aumento dos preços praticados pelo mercado".

O presidente espera alcançar até ao final do mandato, "junto da Administração Central, um maior investimento na região, numa escala que seja proporcional ao contributo que é dado para a criação de riqueza e equilíbrio das contas nacionais".

"A abertura da Base Aérea Monte Real à aviação civil e a modernização da Linha do Oeste serão fundamentais para tornar esta região mais competitiva, capitalizando as suas inúmeras potencialidades, nomeadamente a nível turístico e empresarial", rematou.

O vereador do PSD Fernando Costa criticou o executivo PS pela "falta de rigor e clareza no urbanismo", afirmando que "está a ser violado o PDM [Plano Diretor Municipal] em várias situações".

Fernando Costa acusou ainda a Câmara de uma "gestão com base no ajuste direto", revelando que "mais de 70% da contratação é por ajuste direto e consultando apenas um fornecedor", o que "deixa dúvidas para a transparência e é uma porta aberta para o compadrio".

Segundo o vereador, "o relatório da Inspeção-Geral de Finanças é francamente negativo".

A autarquia mantém ainda "no máximo as taxas de derrama e de IRS e as taxas de estacionamento são muito elevadas", disse, considerando que tem sido uma "política de 'saque' para gastar de forma menos criteriosa".

Fernando Costa lamentou também que a liderança de Raul Castro continue com "um grave atraso nos parques industriais" e que "pouco ou nada tenha feito pela abertura à aviação civil da Base Aérea de Monte Real, pela requalificação da Linha do Oeste e na reflorestação das áreas ardidas no norte do concelho".

A Câmara de Leiria é gerida com maioria pelo PS, que conquistou oito mandatos. Do executivo fazem parte ainda três vereadores do PSD.