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Tribunal avalia negócios milionários de ouro que terão escapado ao Fisco

O Tribunal de São João Novo, no Porto, inicia em 08 de outubro o julgamento de 33 pessoas e 23 empresas alegadamente envolvidas num esquema para esconder do Fisco elevados lucros em negócios de ouro, disse hoje fonte judicial.

Tribunal avalia negócios milionários de ouro que terão escapado ao Fisco
Notícias ao Minuto

16:47 - 10/09/18 por Lusa

País Porto

Um documento da Polícia Judiciária (PJ) constante do processo, a que a Lusa teve hoje acesso, cita um relatório do Gabinete de Recuperação de Ativos segundo o qual se verifica "uma incongruência entre o património dos arguidos e os rendimentos lícitos declarados", num valor superior a 15 milhões de euros, "que resulta da diferença entre o declarado em termos fiscais e tudo o que detêm na sua posse".

Segundo a acusação, deduzida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa está a alegada prática dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

O esquema terá funcionado de 2014 a 2014, sendo desmantelado pela Diretoria do Norte da PJ e pela Autoridade Tributária.

A acusação alude à criação artificial de um circuito documental cujo objetivo era a fuga a impostos como o IVA e IRC, com recurso empresas-fantasmas e testas-de-ferro, à simulação de vendas e de aquisições intracomunitárias.

Em junho de 2017, ao anunciar nove detenções no âmbito deste processo, e numa altura em que as investigações estavam ainda por concluir, a PJ estimava que o esquema teria prejudicado o Fisco em 52,5 milhões de euros, valor entretanto ampliado para mais de 70 milhões de euros.

"O elevado valor dos metais preciosos, muito proeminente com a escalada das cotações internacionais verificadas nos últimos anos, confere-lhes um elevado grau de atratividade em matéria de crime, evidente no crescente número de furtos e roubos a ourivesarias, lojas de compra e venda de metais preciosos e residências", escreveu a Autoridade Tributária num relatório de 500 páginas que produziu sobre este caso.

Todavia, acrescentou, "para que as ilicitudes que se descreveram tenham interesse, torna-se necessário escoar o ouro obtido para o mercado oficial, sob pena de perder a razão de ser de tais atividades ilegítimas, sendo nestas circunstâncias que são desenvolvidos todo o tipo de estratagemas para dar uma aparência legal a tais aquisições e ainda diminuir o resultado fiscal".

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