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Governo dos Açores rejeita reabrir salas de pequena cirurgia

O secretário regional da Saúde dos Açores rejeitou hoje retomar as pequenas cirurgias nos centros de saúde de Ponta Delgada e Ribeira Grande, como propõe o PSD, alegando que é possível otimizar a sala do hospital de Ponta Delgada.

Governo dos Açores rejeita reabrir salas de pequena cirurgia
Notícias ao Minuto

18:03 - 06/09/18 por Lusa

País Centros de Saúde

"O que nós achamos é que devemos tornar eficiente aquela sala e dotar dos meios necessários para que, com excelentes condições, com total qualidade e segurança para os utentes, as cirurgias sejam feitas ali", adiantou o governante, em declarações aos jornalistas, à margem de uma audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, em Angra do Heroísmo.

Os sociais-democratas defendem que seja retomada a realização de pequenas cirurgias nos centros de saúde de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, como acontecia até 2012, alegando que as listas de espera aumentaram, na sequência da centralização da prestação deste serviço no hospital, mas o secretário da Saúde faz uma leitura diferente.

"Tem havido uma produção cada vez maior ao nível das pequenas cirurgias. Quando a tónica é colocada ao nível do número da lista, essa lista tem vindo a aumentar efetivamente, mas aumenta porque há maior acessibilidade, ou seja, estão a ser feitas mais consultas de especialidade, que denotam a necessidade de se fazer pequenas cirurgias. E estamos a falar de pequenas cirurgias que não são urgentes", salientou.

Segundo Rui Luís, a solução proposta pelo PSD obrigaria à contratação de mais médicos e enfermeiros para os centros de saúde, quando a sala de pequenas cirurgias do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada tem capacidade para ser otimizada.

"Este ano, já contratámos mais 26 enfermeiros para o Hospital do Divino Espírito, portanto, o problema teoricamente estaria resolvido", apontou, alegando que a gestão interna dos recursos humanos é da "responsabilidade do conselho de administração" do hospital.

Segundo o deputado social-democrata Luís Maurício, os utentes que antes esperavam 15 dias a três semanas por uma pequena cirurgia nos centros de saúde de Ponta Delgada e da Ribeira Grande esperam agora "mais de 90 dias" por procedimentos como retirar um pequeno sinal ou drenar um abcesso.

Em maio, o número de doentes inscritos para pequena cirurgia em Ponta Delgada atingia os 1.565 e, segundo Luís Maurício, 35% poderiam ser atendidos nos centros de saúde.

O deputado disse que há falta de cirurgiões e enfermeiros no hospital e que a capacidade da sala de pequena cirurgia está esgotada.

"A sala de pequena cirurgia do Hospital de Ponta Delgada está num corredor de acesso ao bloco central, com uma confusão enorme na mobilidade dos próprios utentes", adiantou.

Segundo Luís Maurício, o reforço de enfermeiros referido pelo secretário regional da Saúde não resolve o problema, porque continua a existir uma "carência enorme de pessoal de enfermagem" no hospital.

"Por força da mobilidade saem enfermeiros para os cuidados primários, reformam-se enfermeiros e o balanço entre aqueles que entram e aqueles que saem, quer para os cuidados primários, quer para aposentação, é um balanço nulo", avançou.

Pelas contas do PSD/Açores, o investimento inicial para dotar os centros de saúde de salas de pequena cirurgia rondaria os 200 mil euros e o funcionamento dessas salas não ultrapassaria os 25 a 30 mil euros por ano.

"Quando em 2014 nós propusemos uma produção cirúrgica adicional, como forma de resolver as listas de espera cirúrgicas infindáveis, disseram-nos que nós não tínhamos razão. Dois anos depois, o Governo Regional implementou a produção cirúrgica adicional nos três hospitais da região, com resultados que estão à vista. Esperemos que daqui a dois anos esta proposta não venha a ser reconhecida pelo Governo Regional como uma proposta válida", salientou.

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