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Mudanças no mundo da fotografia pedem trabalho em rede a nível europeu

As várias mudanças no mundo da fotografia, da importância das redes sociais ao "objeto artístico", levam a que o trabalho em rede a nível europeu possa ajudar os fotógrafos, explicou hoje o diretor da plataforma Paralell.

Mudanças no mundo da fotografia pedem trabalho em rede a nível europeu
Notícias ao Minuto

10:35 - 18/08/18 por Lusa

País Paralell

A fotografia é hoje, na Europa, "uma área em mudança muito grande", referiu à Lusa Nuno Ricou Salgado, que lidera a plataforma europeia Paralell, destinada a apoiar artistas emergentes a exporem em 16 países, e essas alterações reforçam a necessidade "essencial de trabalhar em rede".

Entre as mudanças, Ricou Salgado elenca, a propósito do Dia Mundial da Fotografia (que se assinala no domingo), "a emergência do digital, hoje já integrada nos hábitos do trabalho", mas também "questões relacionadas com as redes sociais, a imprensa e as revistas, além de uma série de questões estruturais que foram sendo mudadas, não pela fotografia em si mas pelo mundo que vivemos hoje".

"Há artistas maravilhosos que nunca editaram um livro, estão no Instagram de forma massiva. Há uma grande mudança de dinâmica. Por outro lado, também há aqui a emergência da fotografia enquanto objeto artístico", acrescentou.

A plataforma, com o subtítulo "European Photo Based Platform" (plataforma europeia baseada em fotografia, em tradução livre), junta 18 agentes culturais para "promover tutorias e cruzamentos culturais, com o objetivo de criar um novo padrão na fotografia contemporânea", pode ler-se na apresentação.

As atividades mais visíveis do projeto, liderado pela associação lisboeta Procur.arte e financiado pelo programa europeu Europa Criativa (2017-2021), prendem-se com a exposição de trabalhos de artistas e curadores emergentes, aproveitando as parcerias com galerias e museus pela Europa, mas também através de publicações em revistas dedicadas e outros eventos.

Perante um setor em mudança, o trabalho da Paralell, apoiado em dois milhões de euros pelo Europa Criativa, assenta no trabalho em rede, "uma inevitabilidade" nos dias que correm e prática que a associação lisboeta que lidera a plataforma já praticava.

"É essencial no mundo global que vivemos trabalhar em rede. Nos dias em que vivemos hoje em dia, é uma questão cultural, artística, económica. É uma inevitabilidade. (...) Na Procur.arte sempre trabalhamos em rede", disse.

A própria plataforma tem promovido, no âmbito dos ciclos de apoio a artistas emergentes, que têm a oportunidade de expor em vários países europeus e de fazer circular o trabalho que fazem, uma maior abrangência em torno dos "criadores que trabalham com a fotografia como meio para os artistas se expressarem".

"Isso convive com uma abordagem por vezes mais documental, ou mais abstrata, ou mais clássica, como uma viagem. Há uma série de abordagens, há leituras, e dá para tudo", reforçou o diretor da Paralell, a propósito do segundo ciclo de nomes escolhidos para serem apoiados.

Instado a comentar a posição da fotografia portuguesa no panorama europeu, Ricou Salgado coloca a qualidade "em linha com o que de melhor se faz lá fora", mas há "uma dificuldade em dar o salto".

"Queremos contribuir, através da apresentação de trabalhos portugueses que são de muita qualidade. Não ficamos atrás, a nível criativo, de nenhum país, há é uma dificuldade por falta de apoios, pela distância, ou até pela mentalidade, em chegar lá fora, e queremos contribuir para que desapareça", afirmou.

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