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Efetivos da GNR são cada vez menos. "Não se vai a todas as ocorrências"

O Notícias ao Minuto teve acesso ao relatório de atividades da Guarda Nacional Republicana relativo a 2017 que mostra que há cada vez menos profissionais ativos. César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda, diz que é preciso reforçar a instituição, especialmente agora no verão, pois muitos elementos transitaram para o GIPS deixando os postos mais vulneráveis às ausências.

Efetivos da GNR são cada vez menos. "Não se vai a todas as ocorrências"
Notícias ao Minuto

07:45 - 14/05/18 por Patrícia Martins Carvalho

País Segurança

O relatório de atividades da GNR relativo a 2017 revela que há um total de 23.118 efetivos na instituição. Destes, 695 são civis, o que faz com que 22.423 sejam militares.

Porém, tal não significa que seja este o número de elementos da Guarda disponíveis para patrulhar as ruas, pois há que subtrair os 839 oficiais e 2.547 sargentos existentes. Feitas as contas, são 19.037 os guardas que estão espalhados pelos postos territoriais que existem de Norte a Sul do país.

Para César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), este número é insuficiente, considerando mesmo que a “GNR tem cerca de 4 mil profissionais a menos do que deveria ter, o que é um número bastante substancial”.

O relatório interno da GNR, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, mostra ainda que o número de efetivos baixou nos últimos três anos. Enquanto em 2015 existiam 22.676 profissionais no ativo, em 2016 o número reduziu para 22.608 e em 2017 para 22.423.

Estes valores não espantam César Nogueira, que os justifica com o facto de as “saídas [da GNR] serem superiores às entradas”.

“Saem o dobro daqueles que entram”, garante, apontando que as “saídas têm rondado os 700 a 800 militares”, sendo que só no ano passado “passaram à reserva 620 militares”.

Falta de efetivos "nota-se no terreno"

O facto de haver cada vez menos operacionais disponíveis “nota-se no terreno todos os dias” com, por exemplo, a “dificuldade de nomear uma simples patrulha de ocorrências que tem de existir em todos os turnos e que, atualmente, não se consegue ter em alguns postos”.

A situação chega a ser dramática em alguns locais onde, “praticamente, só há profissionais para garantir que a porta está aberta das 9h00 às 17h00. À noite a porta fecha”.

O posto de Avintes, em Vila Nova de Gaia, é um desses casos. “O posto de Avintes não consegue nomear sequer, para a maior parte dos turnos, três profissionais, que é o mínimo dos mínimos. Então, o que se utiliza muito hoje em dia é o agrupamento de postos: é nomeado um profissional de dois postos diferentes que, em conjunto, fazem uma patrulha”, conta.

Mas isto não resolve o problema, porque a patrulha tem de incidir sobre duas áreas diferentes. “Não se consegue ir a todo o lado. Se houver ocorrências ao mesmo tempo o que se faz é uma triagem e vai-se às mais urgentes, as outras ficam sem ninguém”, revela.

César Nogueira lamenta que as pessoas não reclamem o suficiente junto de quem de direito, que não são os guardas, mas sim a estrutura de comando. No entanto, também reconhece que, quando tal acontece, a “estrutura de comando quer saber por que razão não se foi a determinada ocorrência e ameaça os guardas com procedimentos disciplinares”.

O responsável pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) vai reunir-se, esta segunda-feira, com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para discutir a questão do descongelamento das carreiras. Embora seja este o mote para a reunião, César Nogueira assegura que vai “aproveitar para falar sobre a falta de efetivos até porque, agora, aproxima-se um período crítico que é o verão”.

“Esta é a fase dos incêndios, há mais turistas, por isso tem de haver mais patrulhamento, há mais eventos que é preciso cobrir e ao mesmo tempo há menos profissionais disponíveis porque é época de férias”, remata.

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