Principais problemas do rio Tejo em debate sexta e sábado em Lisboa
Os principais problemas que afetam o rio Tejo, entre os quais os recentes episódios de poluição, vão ser debatidos na 3.ª edição do Congresso do Tejo, que vai decorrer na sexta-feira e no sábado, em Lisboa.
© Guardião do Tejo
País Congresso
Em declarações à Lusa, o presidente do Congresso, Francisco Nunes Correia, afirmou que será inevitável abordar os episódios recentes de espuma descontrolada que abalaram o Tejo e que causaram "tanto alarme na opinião pública", mas sublinhou que "as sessões foram delineadas e o programa foi desenhado antes destes eventos", tendo começado a ser preparado em 2015.
O Congresso do Tejo resulta da realização de "cinco seminários a nível regional, desde a região do estuário até à fronteira, onde foram debatidos e identificados problemas, pelo que este congresso é de certo modo o culminar desse processo, porque se vai apresentar e discutir uma espécie de síntese de todos esses problemas", explica.
Ainda assim, o ex-ministro do Ambiente do primeiro Governo de José Sócrates nota que os episódios recentes são "a prova, se necessário fosse, de que há problemas muito sérios a vários níveis no Tejo", um rio com "particularidades muito específicas em Portugal".
"Essas questões de fundo do Tejo com certeza serão discutidas e dadas como exemplo dos problemas e das limitações que existem, nomeadamente no conhecimento dos problemas, na monotorização, nas estruturas institucionais que fazem a gestão do Tejo, enfim, todo um conjunto de questões por um lado técnicas, científicas, por outro lado institucionais, de governança, que fazem com que haja problemas gravíssimos e que, em alguns aspetos, o Tejo hoje corra maiores riscos do que corria há alguns anos atrás", defende.
Os cinco debates que vão ter lugar na Doca de Alcântara vão contar com a participação de "grandes especialistas do país nas várias vertentes, desde os simples estudos hidrológicos, hidrometria", bem como "pessoas muito especializadas no planeamento estratégico e na relação da água com o desenvolvimento", refere.
O presidente do Congresso disse ainda que os debates, apesar de incidirem no Tejo, têm muito a ver com "a gestão da água e dos recursos hídricos em Portugal", sem nunca deixar de ter em conta a "complexa relação entre Portugal e Espanha em termos de recursos hídricos".
No final, vai ser elaborado um documento com as principais conclusões dos dois dias debruçados nos problemas deste que é um rio "importante e desafiante", que coloca problemas para si próprio e "para o país todo, para não dizer toda a Península Ibérica", acrescenta.
As expetativas, adianta Francisco Nunes Correia, apontam no sentido de que se realizem "diálogos muito ricos" e que surjam "ideias importantes, construtivas, para abordar os problemas".
O evento, que decorrerá na Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos, na Doca de Alcântara, em Lisboa, deverá contar com a presença do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, segundo o comunicado enviado pela comissão organizadora, além dos vários especialistas e académicos que vão ministrar os diversos painéis.
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