"Ano novo, vida nova", diz a velha máxima. O ano de 2018 ainda agora começou mas há determinadas mudanças que podem ter vindo para ficar. Estará o balneário do Sporting a passar por algumas alterações, nomeadamente no que diz respeito aos 'puxões de orelhas'? Ou vive-se alguma tensão que acaba por se demonstrar dentro das quatro linhas?

As questões profundas, porém, as respostas são simples e claras. Passamos a explicar.

Muito perto do final de 2017, quando já todos procurávamos completar a lista de mudanças para o ano que ia entrar, o Sporting deslocou-se ao terreno do Belenenses, para disputar um jogo referente à Taça da Liga – 29 de dezembro.

Mesmo com um empate no marcador (1-1), os leões conseguiram um bilhete para a 'final four' da competição. No entanto, o final do encontro não terminou de ânimos leves. Depois de João Pinheiro apitar, pudemos assistir a uma conversa, mais 'tensa', entre M. Acuña e Fábio Coentrão.

Um episódio único? Nem por isso. Resolução de ano novo? Talvez. Após duas jornadas para o campeonato nacional – empate com o Benfica (1-1) e goleada sobre o Marítimo (5-0) -, os 'puxões de orelhas' voltaram no duelo com o Cova da Piedade, para a Taça de Portugal.

Apesar da vitória por 2-1, a partida nem sempre foi fácil para os verde e brancos e, no final dos 90 minutos, foi a vez de Bas Dost mostrar o que estava errado. Não só a Ristovski, como também a S. Coates.

Os três 'episódios' mereceram uma presença especial a assistir: Jorge Jesus. Se na troca de palavras entre Acuña e Coentrão, o técnico português explicou que a "amizade dentro de campo é diferente da amizade fora de campo", nos seguintes 'corretivos', JJ chegou mesmo a confessar que "era isto" que ele queria, que os jogadores "se assumissem dentro de campo".

Situações que podem ter sido entendidas como um sinal de uma possível tensão dentro do balneário ou até de uma liderança instável. O Desporto ao Minuto chegou à fala com Jorge Silvério, especialista em Psicologia no Desporto, que nos ajudou a esclarecer os últimos acontecimentos.

Bas Dost no final do jogo com o Cova da Piedade.© Global Imagens

"Corretivos? Não dará origem a mais nada"

"É óbvio que no final de um jogo as emoções estão mais ao rubro. Às vezes acontecem esses reparos, críticas… São normais em função daquilo que é o jogo. Os jogadores não precisam de ser os melhores amigos do mundo, precisam é de colaborar todos.", começou por explicar, aproveitando para abordar a solução adoptada por Jorge Jesus nos três 'episódios'.

"Faz sentido, porque os jogadores estão a cumprir instruções do treinador. É normal que façam críticas, até para acertar para os próximos jogos. Não faz sentido que, nesta troca de opiniões, o treinador se 'meta'. Se tiver alguma coisa a dizer, o dirá num ambiente de balneário, mais reservado."

São episódios pontuais, que se passam dentro das quatro linhas e, por isso mesmo, não se transportam para fora delas. Não têm qualquer implicância, sequer, na relação entre os jogadores.

"Estando a falar de um desporto coletivo, tem de haver responsabilização sobre a prestação dos jogadores. Normalmente são os capitães, mas todos podem fazê-lo. Numa equipa com objetivos como o Sporting, deve existir sempre esse espírito. É como com os jogadores mais novos, os mais velhos devem sempre ajudar na sua integração. Mas não dará origem a nada mais", finalizou.