Famílias contra prostituição ameaçam expor fotos de clientes na internet
Prostitutas e travestis dizem que há um “falso moralismo” por trás desta iniciativa, mas admitem que fazer sexo na rua não é apropriado.
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Mundo São Paulo
Os moradores do Jardim Parque Nossa Senhora do Carmo, na zona leste de São Paulo, no Brasil, decidiram pôr mãos à obra e colocar um ponto final nos atos sexuais de prostitutas e travestis. Isto porque, conta o jornal A Folha, trata-se de um “bairro familiar” com crianças e jovens que estão expostos a uma atividade sexual que é levada a cabo na rua, à frente de todos, inclusivamente junto a uma escola.
Para pôr cobro a esta situação, os moradores organizaram-se em diferentes iniciativas. À noite fazem rondas para impedir que clientes e prostitutas façam negócio, fotografam as matrículas das viaturas dos clientes e agora estão a ameaçar colocar as imagens a circular na internet. Há também cartazes espalhados pelas ruas onde se lê “isto é um bairro familiar” ou “basta de pornografia nas nossas ruas”.
Os moradores acusam ainda as travestis de andarem seminuas junto à escola do bairro e de fazerem as suas necessidades fisiológicas no meio da rua.
Kate, nome fictício de uma prostituta de 19 anos, admite que os moradores “têm razão” porque fazer sexo na rua é “uma afronta”, mas defende que ela e as colegas têm direito de ganhar o seu sustento. E mais. A jovem diz ainda que o movimento que se criou no bairro está cheio de falsos moralismos. “Muitos destes moradores são meus clientes”, garantiu.
Ao jornal A Folha, a Polícia Militar garante que está a trabalhar em conjunto com os moradores que lhes dão informações que ajudam a “redirecionar o policiamento preventivo no bairro”.
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