"As 'Madonnas desta vida', se vierem para cá, é ótimo. Dão notoriedade"
O presidente do Grupo Vila Galé está convencido de que a vinda de Madonna para Portugal tem mais impacto do que muitas campanhas de promoção turística e adverte que é preciso deixar de criticar tudo.
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Instado a comentar se vê com 'bons olhos' a vinda de Madonna para Portugal, assim como outras celebridades que compraram casa no país, como os atores Michael Fassbender e Monica Belluci, Jorge Rebelo de Almeida responde à Lusa: "Completamente".
"Num mundo mediático como o que vivemos, as 'Madonnas desta vida', se vierem para cá, é ótimo. Dão notoriedade, dão uma publicidade gratuita com muito mais impacto do que muitas outras campanhas", justifica.
O presidente do grupo hoteleiro Vila Galé, que normalmente defende o que assusta parte do seu setor - como é o caso do alojamento local, das companhias aéreas de baixo custo ('low- cost') por trazerem outro segmento de turistas, ou a entrada de grandes marcas em Portugal -, considera que um dos grandes problemas do país é ter uma visão pessimista. "Há mercado para todos e todos têm sido importantes" para captar turistas, sublinha.
"Temos este defeito de criticar tudo, o hábito de falar mal de tudo e temos que combater isto", afirma, dando vários exemplos.
"Em Elvas [onde o grupo está a construir um hotel], vamos fazer a recuperação no centro histórico de um convento que está para ali abandonado há 15 ou 20 anos, que já ardeu duas vezes, todo destruído, o que é uma imagem negativa para a cidade. Estamos a fazer aquilo e há pessoas que vão para as redes sociais dizer mal. O país precisa de ter consciência de que não vale a pena gastar energia a queixarem-se de tudo", refere.
Já "em Beja, o passatempo das pessoas é falarem mal do aeroporto e algumas pessoas até com responsabilidades. Dizem que se gastaram 80 milhões sem necessidade. Gastaram-se 25 milhões, o que é baratíssimo, porque se aproveitou uma pista fabulosa que lá existia e é uma infraestrutura extraordinária. Se este aeroporto de Lisboa entupir, a salvação é ir para Beja, enquanto não houver outra infraestrutura. E Beja está a fazer o caminho certo, pois já tem lá manutenção [de aviões] e uma série de coisas e alguma atividade que justificou o investimento", refere.
E falando no Alentejo, lembra o responsável que este tem "espaço para crescer" em Turismo. "Lisboa está cheia de turistas, o Algarve está cheio de turistas, é empurrá-los para lá. A principal coisa que ali falta é gente. Os alentejanos vieram-se embora, os de fora também não vão para lá", afirmou.
"Temos que começar a vender o interior do país porque é muito bonito. Évora é uma cidade encantadora, Elvas é uma cidade impecável, (...), mas temos que nos lembrar que é uma cidade do interior. Badajoz que é ao lado, que não tinha qualidade há 40 anos, hoje tem 200 mil habitantes e Elvas tem 25 mil. Enquanto uma disparou e cresceu, a outra... Não podemos encarar que a fronteira que ali está é uma barreira", assegura.
"Temos cidades lindas", refere, exemplificando ainda com Abrantes, Manteigas, o próprio Douro, que começa agora a entrar "numa onda de procura internacional".
"Nesta área do turismo não podemos descansar. Não é só para dizer que queremos continuar a crescer, é para manter. Porque temos muitos méritos (boa hotelaria, gente que evoluiu muito), mas beneficiamos também de alguma conjuntura. Estamos a concorrer com destinos internacionais. Temos sempre que estar a melhorar e ainda por cima as coisas que o Turismo precisa são tudo coisas que são interessantes para os que cá moram", reforça.
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