Web Summit: Duas mil garrafas reutilizáveis distribuídas em dois minutos
O produto mais procurado na Web Summit não está num ecrã de telemóvel, nem numa 'app' e obriga a esforço físico, já que os visitantes se agrupam, a horas certas, junto de um 'stand' para recolher garrafas reutilizáveis.
© Global Imagens
Economia Ambiente
"Esta zona acaba quase por ter mais gente do que o palco central", graceja Ana Agostinho, da Fundação Mirpuri, à agência Lusa, enquanto se multiplicam os braços esticados para garantir uma garrafa branca ou preta, com o símbolo da cimeira tecnológica e da fundação.
"Em média, por cada dois minutos, estamos a distribuir cerca de duas mil garrafas", relata ainda a porta-voz, que ainda não tem as contas feitas sobre quantas garrafas foram distribuídas, mas revela que chegaram à Feira Internacional de Lisboa (FIL) cerca de 50 mil recipientes.
Assim, não vieram garrafas suficientes para os 70 mil participantes. "Mas se calhar devíamos ter trazido e teriam saído todas", admitiu a mesma responsável, que afirmou a vontade de manter a parceria com a cimeira tecnológica em nome da sustentabilidade.
Num evento em que o inglês é a língua quase oficial pode dizer-se que esta garrafa se tornou num 'must have' (imprescindível) e que protagoniza um caso de 'win win' (todos ganham).
Como explica Ana Agostinho, esta garrafa possibilita à fundação passar a mensagem de sustentabilidade e tornar o evento livre de plástico. "E é bom para todas as pessoas que acabam consciencializadas desta importância que é recusar o plástico", acrescentou.
Rui Sebastião, da empresa de recursos humanos e desenvolvimento HCEvolution, chegou à Web Summit para avaliar tendências e futuros correntes, mas tornou-se também um pretendente à garrafa.
"Nem fazia a mínima ideia que isto existia" até ver muita gente na tarde de terça-feira com as garrafas e descobrir que podia recolher uma "naquela barraquinha".
Mas foi só à quarta tentativa, e depois de uma espera de 22 minutos, que hoje conseguiu uma garrafa branca, que é "uma lembrança engraçada para além do 'badge' [cartão de identificação] e da pulseira que se deitam fora".
Em português com sotaque brasileiro de Minas Gerais, Marcus Aquenaton, que criou uma 'startup' de "captação e retenção de alunos para universidades privadas", chegou à FIL para "conhecer tecnologia e inovação e o que o mundo está a propor de novidades para as próximas gerações".
Junto do 'stand' da fundação Mirpuri, o empreendedor está a fazer "a pausa para a garrafa", já que é um produto feito com "materiais plásticos retirados dos mares, o que tem a ver com a sustentabilidade".
"Eu estou tentando dar sorte, vai ser a primeira tentativa [para conseguir uma garrafa]", diz o empreendedor, enquanto guarda lugar na fila de dezenas de pessoas.
Também em português com sotaque do outro lado do Atlântico, Marcelo Marinho, diretor de uma rede de hotéis, chegou a Lisboa pelas novidades de tecnologia, vendas e marketing, e provou também que segue a tendência da sustentabilidade.
A Lusa encontrou-o a mudar a água de uma garrafa de plástico, que "estava a usar há três dias e que vai para o local indicado para a reciclagem" para a nova garrafa da Web Summit. "Estou feliz", garante.
"A garrafa além de bacana, é muito bonita e é uma lembrança da Web Summit. E eu só consegui pegar hoje, no terceiro dia, porque cada vez que chegava aqui, não havia mais. E hoje entendi que eles entregam na hora fechada [certa] e tem número limitado. E programei para estar às 4:00 aqui", conta.
Já sem a t-shirt de voluntário da cimeira, cinco jovens contam bem-humorados que se "juntaram ao grupo das garrafas". E as razões são por serem "giras e ajudarem o ambiente", como diz João Borges.
"Vale pela lembrança e pela utilidade", acrescenta Hugo Soares.
À segunda tentativa, estes estudantes de engenharia informática do Porto alcançaram o objetivo. Também contou com a ajuda do 'passa palavra' sobre as horas de distribuição em conversas com outros voluntários.
Ana Agostinho também passou palavra à Lusa: no último dia continua a distribuição das garrafas, ao vivo e a cores, sem recurso a 'app'.
A Fundação Mirpuri, da família Mirpuri, é uma organização sem fins lucrativos instituída por Paulo Mirpuri com o objetivo de contribuir para "tornar o mundo um melhor lugar para as gerações futuras".
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