Pedro Nuno Santos é único governante a apresentar moção setorial
Pedro Nuno Santos é o único membro do Governo a apresentar uma moção setorial ao XXII congresso do PS, um texto ideológico em que elogia a maioria de esquerda e critica a "terceira via".
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Política PS
"Estamos perante o fim de um ciclo de renovação que durou dos anos noventa ao fim da segunda década do novo milénio", lê-se na moção "Por uma social-democracia da Inovação" assinada pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, numa referência á "terceira via", a corrente mais centrista de Tony Blair, no Reino Unido, de que Guterres foi um adepto, quando liderou o PS.
A via atual em Portugal, um governo de minoria do PS com o apoio parlamentar dos partidos de esquerda (BE, PCP, PEV), conseguiu "excelentes resultados sociais, económicos e orçamentais", segundo a moção que também subscrita por Duarte Cordeiro, dirigente e vice-presidente da Câmara de Lisboa.
Os responsáveis pela social-democracia europeia fizeram, ao longos destes mais de 20 anos, "cedências ideológicas e programáticas desnecessárias" e admitiram a "aceitação -- por vezes transformada em convicção -- da perda de instrumentos de política económica até aí tidos como essenciais".
Em contraponto, a moção defende que o Estado deve fomentar o "desenvolvimento e inovação socioeconómica".
"A social-democracia não se deve circunscrever à ideia que ao Estado cabe apenas a responsabilidade de proteger os mais fracos e reduzir desigualdades", afirma-se na moção, também assinada pelos militantes Hugo Mendes, João Jesus Caetano e Marina Gonçalves.
Para os autores desta moção setorial, a ser discutida no congresso nacional do PS na Batalha, distrito de Leiria, de 25 a 27 de maio, o Estado "deve, na sua ação, ser um mecanismo de redistribuição de rendimentos e de proteção social, mas também de desenvolvimento e inovação socioeconómica".
O "debate relevante dentro da social-democracia" deve passar por olhar o Estado pelo seu "papel ativo", com "visão estratégica" para, "em coordenação com o investimento privado, acelerar a transformação estrutural da economia, assegurando que a inovação é posta ao serviço do bem-estar social e ambiental e da coesão territorial".
O PS, lê-se ainda na moção, "mostrou que tinha razão quando defendeu a viragem da página da austeridade" desde que, em 2015, lidera o Governo com o apoio dos partidos da esquerda.
"Está na altura de disputar -- e ganhar -- o debate sobre a criação sustentável de riqueza, (re)pensando o papel do Estado e das políticas de inovação", escrevem ainda os autores da moção subscrita por Pedro Nuno Santos, que, no Governo, faz a ligação entre o Executivo e os partidos à esquerda, PCP, BE e PEV.
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