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Em Carcassonne houve medo e um herói no dia em que terror voltou a França

Radouane Lakdim deixou um rasto de morte à sua passagem. O ataque que perpetuou fez quatro mortos e mais de uma dezena de feridos.

Em Carcassonne houve medo e um herói no dia em que terror voltou a França
Notícias ao Minuto

09:02 - 24/03/18 por Sara Gouveia

Mundo Ataque

O terror voltou a França, em mais um ataque inspirado pelo Estado Islâmico que deixou Carcassonne abalada por um ataque que acabou por fazer quatro mortos.

Tudo começou com Radouane Lakdim, um jovem marroquino, que ontem de manhã se levantou para levar a sua irmã à escola. Até aqui tudo parecia normal. Ora não tivesse de seguida roubado um carro à mão armada ferindo o condutor, um português de 27 anos, e matando o passageiro do veículo.

Ainda em Carcassonne disparou cinco vezes contra quatro policias, ferindo um deles com gravidade e pôs-se em fuga para a cidade vizinha de Trèbes. Aí barricou-se num supermercado, o Super U, onde entrou a gritar "Allah Akbar" (Deus é grande), exigia a libertação de Salah Abdeslam, um dos autores dos atentados de Paris, em novembro de 2015, e declarava assim as suas intenções de perpetuar um ataque com vínculo jihadista. O sequestro durou mais de duas horas, começou cerca das 11h15 locais (10h15 em Lisboa), e Radouane acabou por ser abatido pela polícia

Algumas testemunhas relataram os momentos de pânico que foram vividos dentro do estabelecimento. "Ouvi os tiros mas não o vi. Quando é assim todos fugimos. Não pensamos", disse um dos funcionários do supermercado.

Para lá do suspeito abatido, ao todo morreram quatro pessoas: o talhante do supermercado, um cliente, o passageiro do carro roubado no caminho e Arnaud Beltrame, um tenente-coronel que se ofereceu em troca da libertação de reféns e que está a ser apelidado de herói devido às suas ações. Este último inicialmente estava em estado grave mas a sua morte acabou por ser anunciada durante esta madrugada.

A notícia de que haveria um português entre os mortos ainda foi avançada e confirmada pelo secretário de Estado das Comunidades, mas acabou por ser desmentida pela família. José Luís Carneiro veio depois clarificar que a vítima estava gravemente ferida, atribuindo a confusão a uma indicação dada erradamente pelas autoridades francesas. 

Radouane Lakdim, o responsável por este ataque em várias fases, tinha 26 anos, era marroquino, esteve preso pela última vez em Carcassonne em 2016 e era conhecido das autoridades por possibilidade de radicalização desde 2014. Era muito ativo nas redes sociais salafistas.

Este ataque, que foi entretanto reivindicado pelo Estado Islâmico, foi o primeiro ataque de grande dimensão desde a eleição de Macron, em maio do ano passado. França permanece assim alerta, mas o presidente fez questão de reforçar a determinação do país em continuar a lutar contra o terrorismo.

Também Marcelo Rebelo de Sousa reagiu ao ataque enviando uma mensagem ao Presidente da República Francesa transmitindo-lhe "a sua solidariedade, em nome de todos os portugueses, para com o povo francês, especialmente para com as famílias das vítimas de mais este atroz ato terrorista naquele país".

As luzes da Torre Eiffel foram desligadas à meia-noite em memória das vítimas do ataque no sul do país.

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