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Regime sírio acusado de usar gás de cloro nos bombardeamentos de domingo

Capacetes Brancos dizem que pelo menos uma criança morreu sufocada depois dos bombardeamentos atribuídos ao regime sírio. ONU pede fim imediato do "inferno na terra" e apela a que cessar-fogo seja cumprido "imediatamente", de forma a que a ajuda humanitária possa entrar em Ghouta Oriental.

Regime sírio acusado de usar gás de cloro nos bombardeamentos de domingo
Notícias ao Minuto

08:50 - 26/02/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Síria

O regime sírio de Bashar al-Assad está a ser acusado de ter utilizado gás de cloro nos bombardeamentos do último domingo na localidade de Shyfuniat, em Ghouta Oriental.

Segundo as forças de defesa civil da Síria, conhecidas como Capacetes Brancos, pelo menos uma criança morreu sufocada, tendo outros dois civis sido assistidos em circunstâncias semelhantes. Os sintomas apresentados, entre eles irritação da pele e dos olhos, falta de ar ou tonturas, “coincidem com a exposição a gás de cloro tóxico”.

A Al Jazeera, que cita fonte dos rebeldes em Ghouta, diz que pelo menos 18 pessoas foram hospitalizadas, apresentando dificuldades de respiração.

Esta segunda-feira, pelo menos dez civis morreram nos bombardeamentos de Damasco contra Ghouta Oriental, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não-governamental com sede em Londres.

As denúncias contra o regime sírio de Bashar al-Assad surgem depois de, no sábado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter aprovado um cessar-fogo de 30 dias na Síria “para uma pausa humanitária duradoura", que permita a entrada de ajuda humanitária e a retirada de feridos graves, sobretudo em Ghouta, um dos redutos das forças anti-regime, que tem sido bombardeada intensamente nas últimas semanas.

Apesar do cessar-fogo aprovado, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirma que pelo menos 14 pessoas morreram no domingo, em ataques atribuídos ao regime de Assad.

A trégua acordada pelos membros do Conselho de Segurança excluiu os grupos terroristas Estado Islâmico e a antiga Frente al-Nusra, ligada à Al-Qaeda, uma condição fundamental para a Rússia, principal aliada de Damasco, aceitar o cessar fogo.

Ghouta é um dos principais redutos dos rebeldes anti-Assad na Síria, sendo controlada, em grande parte, por facções jihadistas, conhecidas como Hayat Tahrirar -al-Sham, da qual faz parte a al-Nusra, antigo braço da Al-Qaeda na Síria. 

Devido à proximidade da capital e à sua localização estratégica, o regime sírio pretende conquistar rapidamente Ghouta Oriental, contando com o apoio russo. Desde 18 de fevereiro, diz o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, morreram pelo menos 521 pessoas em Ghouta, incluindo 131 crianças e 78 crianças.

"Inferno na terra tem de parar"

Esta segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, voltou a apelar para o fim dos confrontos na Síria, considerando que "o inferno na terra tem de parar".

"Ghouta Oriental não pode esperar, este inferno na Terra tem de parar", disse Guterres. Já o responsável pelos Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra‘ad al-Hussein, denunciou os bombardeamentos que, apesar do cessar-fogo, continuam na Síria. 

Nesse sentido, a ONU apela a que o acordo estabelecido no sábado seja cumprido. As agências de ajuda humanitária estão prontas a entrar em Ghouta Oriental, onde cerca de 400 mil pessoas vivem cercadas pelos bombardeamentos do regime.

"Eu espero que a resolução seja imediatamente aplicada, para que os serviços humanitários possam atuar de imediato", apelou ainda António Guterres. 

[Notícia atualizada às 09h17]

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