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Ocupação turca de territórios na Síria é "totalmente condenável"

As operações militares turcas em territórios no norte da Síria, caso tenham objetivos de "ocupação territorial" ou de "conquista", serão "totalmente condenáveis", declarou hoje o chefe da diplomacia francesa Jean-Yves Le Drian perante o parlamento.

Ocupação turca de territórios na Síria é "totalmente condenável"
Notícias ao Minuto

18:01 - 30/01/18 por Lusa

Mundo Jean-Yves Le Drian

"Compreendemos que a Turquia pretenda garantir a segurança da sua fronteira e combater os grupos terroristas que aí se encontram e, como sabem, existem muitos", respondeu o ministro a um deputado que o interrogou sobre a posição da França face à ofensiva militar turca na região curda de Afrine, no norte da Síria.

"Mas não podemos aceitar que isso seja feito à custa das populações civis, tornam-se frequentemente refugiados e deslocados e já existem várias centenas de milhares", acrescentou Le Drian.

"Por outro lado, caso a aventura da Turquia conduza a operações com objetivos de ocupação territorial ou de conquista, então isso será totalmente condenável", prosseguiu.

"Foram estes dois pontos que transmitimos às autoridades turcas e o Presidente da República [Emmanuel Macron] teve ocasião de o dizer a [seu homólogo turco Recep Tayyip] Erdogan", precisou.

O chefe da diplomacia francesa reiterou ainda a necessidade de a resolução do conflito na Síria se manter no quadro das Nações Unidas.

"A resolução desta crise passará pela urgência de uma solução sob a égide das Nações Unidas (...) E isso não se passa em Sochi, deve acontecer em Genebra", frisou, num momento em que está reunido nesta estância balnear russa do mar Negro um Congresso nacional sírio, com representantes de diversas fações e países diretamente envolvidos, incluindo a Turquia.

No terreno, a ofensiva militar turca na região curda de Afrine, norte da Síria -- designada operação "Ramo de oliveira" e desencadeada há dez dias -- foi hoje assinalada por novos ataques aéreos contra diversos setores, enquanto surgiam informações sobre violentos combates.

Segundo a organização não-governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres e que possui uma rede de pessoal médico e ativistas no terreno, os ataques aéreos turcos visaram hoje os setores de Rajo e Jandairi, no noroeste e sudeste da região de Afrine, um autoproclamado enclave semi-autónomo curdo.

Nestes setores, segundo a OSDH, decorriam hoje violentos confrontos que opunham as forças turcas e os seus aliados entre os rebeldes, aos combatentes curdos.

Na perspetiva de Ancara, esta operação é justificada pelo "número de organizações terroristas" que representam "um risco e ameaça à segurança nacional" e refere que "visa especificamente os grupos terroristas PKK/KCK/PYD-YPG", numa referência às organizações separatistas curdas que atuam na Turquia e na Síria, e ainda "ao Daesh", acrónimo árabe do grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

Na versão oficial, o Governo turco assegura ainda que a operação é efetuada "na base do direito internacional", e que o seu objetivo consiste em "estabilizar a região, evitando novos fluxos de refugiados e permitindo que os deslocados sírios regressem às suas casas".

"A operação continuará até que ameaça de segurança relacionada com o terrorismo na região seja completamente eliminada", asseguram os responsáveis turcos.

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