Inventor de submarino atou, bateu e cortou Kim Wall enquanto estava viva
Peter Madsen utilizou uma serra e uma chave de fendas no crime, que autoridades dizem ter sido premeditado.
© Reuters
Mundo Dinamarca
A acusação do Ministério Público dinamarquês, publicada esta terça-feira, considera que houve premeditação no caso do homicídio da jornalista Kim Wall, a bordo do submarino privado do seu inventor, Peter Madsen, que está detido desde agosto do ano passado.
Segundo a ata de acusação, citada hoje pela agência France-Presse, Madsen manteve a jornalista atada e abusou dela, antes de a assassinar, tendo utilizado uma chave de fendas para lhe bater e uma serra para a cortar enquanto ainda estava viva.
A jornalista freelancer de 30 anos de idade, recorde-se, desapareceu a 10 de agosto de 2017, quando estava a escrever um artigo sobre o engenheiro aeroespecial e foi convidada a subir a bordo do seu submarino de 17 metros. O seu corpo foi encontrado desmembrado e decapitado 13 dias depois.
A causa da morte da jornalista ainda não foi determinada, mas os procuradores admitem que tenha sido estrangulamento ou decapitação. As autoridades revelaram, no ano passado, que a jornalista tinha 14 lesões internas e externas na zona genital, provocadas por um objeto cortante, infligidas em vida.
Embora tenha negado abuso sexual ou o homicídio de Kim Wall, falando num acidente, Madsen admitiu que a desmembrou a bordo e que largou, depois, as partes do corpo no mar.
Recorde-se que, em outubro do ano passado, as autoridades suecas revelaram ter encontrado imagens no disco rígido do computador do detido que mostram uma mulher a ser estrangulada e decapitada, não confirmando a sua identidade.
O inventor dinamarquês foi formalmente acusado do homicídio e desmembramento de Kim Wall, na semana passada, bem como de agressão sexual sem penetração e de natureza particularmente perigosa (a acusação é homicídio premeditado, profanação de cadáver e agressão sexual). Foi pedida pena máxima de prisão, 15 anos sem liberdade condicional.
O inicio do julgamento está marcado para 8 de março e o veredito para 25 de abril.
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