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Presidente da Colômbia "muito disposto" a negociar extensão das tréguas

O Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, manifestou-se "muito disposto" a estender o período de cessar-fogo acordado em novembro de 2016 e negociar novos termos para as tréguas que terminaram com mais de 50 anos de conflito armado.

Presidente da Colômbia "muito disposto" a negociar extensão das tréguas
Notícias ao Minuto

06:27 - 07/01/18 por Lusa

Mundo Juan Manuel Santos

"Estamos muito dispostos a estender o cessar-fogo negociado com o Exército de Libertação Nacional e renegociar as condições para um novo cessar-fogo", escreveu o Presidente na sua conta do Twitter, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Santos anunciou também a renovação da equipa de negociações, que será liderada pelo antigo vice-presidente Gustavo Bell, que terá a sua primeira reunião na segunda-feira, em Quito, a capital do Equador.

O anúncio do Presidente colombiano surge dois dias depois de um encontro com a Força Alternativa Revolucionária Comum (FARC), no qual foram feitos balanços divergentes sobre o acordo que dura desde novembro de 2016 e que determinava tréguas até terça-feira, 9 de janeiro.

As duas partes reuniram-se na quinta-feira em Turbaco, localidade próxima de Cartagena, para fazer uma análise da implementação do acordo.

A paz "atravessa um dos momentos mais difíceis" desde a assinatura do acordo em novembro de 2016, advertiu a Força Alternativa Revolucionária Comum (FARC), partido político que manteve o acrónimo da antiga rebelião marxista.

Os líderes da FARC denunciaram falhas da comissão de acompanhamento e verificação (CSIVI) do acordo, que integra membros do Governo e da ex-guerrilha.

Santos mostrou-se mais otimista: "Terminámos um conflito de mais de meio século, erguemos as bases institucionais e normativas e avançamos de maneira determinada na construção da paz".

Apesar de o acordo ter permitido poupar milhares de vidas e transformar em partido político a guerrilha mais antiga do continente americano, não gera o entusiasmo geral na Colômbia. E os líderes da FARC manifestaram também insatisfação quanto à aplicação do acordo.

"Há uma aplicação em curso, mas não gostaria que se deixasse de apreciar o acordo de paz devido aos debates em torno dos níveis de aplicação", considerou o antigo chefe do Governo espanhol Felipe Gonzalez, verificador internacional do processo com o antigo Presidente do Uruguai José Mujica.

O texto prevê reformas rurais e políticas, bem como um sistema de justiça para os crimes mais graves.

Mas a FARC considera que esta Jurisdição Especial da Paz (JEP) "foi alterada durante os debater no parlamento e o texto atual não é aquele que foi acordado entre as partes". O movimento está a pensar recorrer para a ONU e para o Comité Internacional da Cruz Vermelha para "exigir lealdade àquilo que foi assinado".

O líder e candidato presidencial da FARC às eleições de maio próximo, Rodrigo Londono, conhecido como "Timochenko", não estava presente, mas em recuperação em Cuba, na sequência de um acidente vascular cerebral sofrido em julho.

Gonzalez e Mujica deverão também reunir-se com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), última guerrilha ativa no país, para negociações em Quito e a observar um cessar-fogo até terça-feira, data de início de um novo ciclo de conversações.

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