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Casos de assédio sexual nos EUA levantam a pergunta: E por que não Trump?

O escândalo crescente do assédio sexual nos EUA, que envolve homens com posições de relevo em Hollywood, empresas, comunicação social e política está a levar observadores a fazer a pergunta: "E porque não Trump?".

Casos de assédio sexual nos EUA levantam a pergunta: E por que não Trump?
Notícias ao Minuto

06:37 - 18/11/17 por Lusa

Mundo Cinema

Em tempos, Trump vangloriou-se: "Você pode fazer o que quiser", aludindo a beijar e apalpar mulheres que se encontravam desprevenidas, em situações de confiança.

O então candidato presidencial, que fez a fanfarronada pública sobre apalpar as partes privadas das mulheres -- mas negou que o tenha feito --, acabou eleito Presidente, meses antes de uma cascata de alegações de assédio sexual, que tem terminado com a carreira de homens poderosos em Hollywood, empresas, comunicação social e política.

Trump ganhou as eleições, mesmo depois de mais de uma dúzia de mulheres o ter acusado de mau comportamento sexual e cerca de metade dos votantes se declararem incomodados pelo tratamento que dava às mulheres, segundo inquéritos de opinião.

Agora, quando as quedas de figuras proeminentes se sucedem, a questão coloca-se: "E porque não Trump?".

"Muitas pessoas que votaram admitiram que ele é como é, mas queriam uma mudança" política, teorizou Jessica Leeds, uma das primeiras mulheres a acusar Donald Trump de a ter apalpado, há décadas, num avião.

As acusações formuladas contra ele apareceram na muito intensa campanha eleitoral de 2016, quando houve tanto ruído que foram apenas mais um episódio para os eleitores absorverem ou ignorarem.

"Quando se tem um Monte Everest de alegações, qualquer particular alegação tem muita dificuldade em se destacar", declarou o psicólogo político Stanley Renshon.

E a heterodoxa candidatura de Trump criou um conjunto de regras completamente novo.

"Trump é imune às leis da física política, porque não é um político. O seu objetivo é queimar o sistema", afirmou Eric Dezenhall, um gestor de crises, baseado em Washington.

Agora, o candidato republicano ao Senado nas eleições no Estado do Alabama, Roy Moore, acusado de assediar raparigas adolescentes quando estava nos seus trinta anos, está a seguir a mesma cartilha.

Considerado uma desgraça para o conjunto dos republicanos, Moore está a ignorar os apelos do líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, e outros congressistas republicanos para que desista da corrida eleitoral.

Quanto a Trump, o Presidente que raramente foge a uma polémica, está a dirigir de forma seletiva as suas armas, na rede social Twitter, para os que estão sob os holofotes.

Trump 'disparou' rapidamente sobre o democrata Al Franken, um senador eleito pelo Estado do Minnesota, que foi acusado na quinta-feira de beijar à força e apalpar em 2006 uma correspondente desportiva da televisão Fox TV, agora uma animadora de radio em Los Angeles.

Mas Trump tem estado silencioso sobre o problema que Moore representa para os republicanos. McConnell e companhia não têm qualquer interesse em acolher um molestador de crianças nas suas fileiras nem de ver a sua escassa maioria (52-48) no Senado encolher ainda mais se Moore perder para o democrata Doug Jones na eleição de 12 de dezembro.

Trump apoiou a decisão do partido republicano de cortar o financiamento a Moore. Mas não disse se continuava a apoiar a sua candidatura.

A sua porta-voz, Sarah Huckabee Sanders, pressionada repetidamente sobre o assunto esta semana, disse apenas que Trump "pensa que o povo do Alabama deve decidir quem quer para seu senador".

Quanto às alegações contra Moore, Sanders afirmou que "Trump considera-as muito perturbadoras".

Mas as críticas de Trump a Franken só serviram para os seus críticos revisitarem o seu passado.

Leeds, por seu lado, classificou o presidente como "a definição andante da hipocrisia".

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