Fabricante de doces alemã investigará fornecedores no Brasil
A fabricante de doces alemã Haribo realizará uma investigação interna depois de ter sido acusada num documentário de deixar funcionários de uma plantação brasileira trabalharem em condições deploráveis que são análogas à escravidão.
© PixaBay
Mundo Haribo
"Estamos chocados e assustados com os recentes testemunhos sobre o tratamento de trabalhadores de fornecedores de cera de carnaúba no Brasil, e esse comportamento é inaceitável", afirmou a empresa alemã em comunicado, acrescentando que um "inquérito independente" irá começar esta semana.
O documentário divulgado em meados de outubro pelo canal alemão ARD mostrou que a cera de carnaúba que é usada para fazer os doces Haribo brilharem era produzida por brasileiros que viviam em condições extremamente duras na região norte do país sul-americano.
Sem equipamentos de segurança adequados e em temperaturas bem acima de 40 graus, estes trabalhadores não tinham acesso a água limpa ou sanitários e às vezes dormiram no chão devido à falta de dormitórios, de acordo com a ARD.
Entre eles também trabalhavam vários menores, referia-se no documentário.
Na sua declaração, a Haribo afirmou usar apenas "quantidades muito pequenas de cera de carnaúba" em alguns de seus produtos para evitar que eles fiquem juntos, admitindo que essa cera foi "principalmente colhida e produzida em fazendas no Brasil".
"Para a Haribo, os padrões de trabalho, sociais e éticos não são negociáveis nem ao nível de nossos fornecedores nem das suas operações, e essa sempre foi a nossa posição", disse o grupo.
A Haribo acrescentou que quer trabalhar em colaboração com as autoridades brasileiras, incluindo o Ministério do Trabalho.
O grupo também lançou uma investigação interna para tentar responder a outras acusações sobre maus-tratos de porcos, usados em gelatina doce, em fazendas alemãs.
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