Curdistão acusa Iraque de querer controlar poços de petróleo em Kirkuk
O conselho de segurança do governo da região autónoma do Curdistão iraquiano afirmou hoje que as forças iraquianas pretendem tomar o controlo dos poços de petróleo localizados a sul da disputada localidade de Kirkuk.
© Reuters
Mundo Tensão
As forças iraquianas encontram-se a "aproximadamente três quilómetros das forças peshmergas [combatentes curdos]. O serviço de informações [curdo] registou a intenção [das forças iraquianas] de tomar o controlo dos campos de crude no sul da província de Kirkuk, garantiu, numa mensagem publicada no Twitter, o organismo do governo curdo.
"Estamos alarmados com os significativos reforços do exército iraquiano e das milícias Multidão Popular (PMF, na sigla em inglês) em Bashir e Taz, no sul de Kirkuk, que incluem tanques, artilharia, veículos blindados e morteiros", refere um outro 'tweet'.
O conselho de segurança do governo da região autónoma do Curdistão iraquiano tinha alertado há dois dias que recebera avisos relativamente a um "grande ataque" preparado pelas forças iraquianas nas zonas cuja soberania é disputada por Erbil e Bagdade, como a cidade de Kirkuk e as comarcas a norte da cidade de Mossul, a maior do norte do país.
Face aos alertas, as tropas curdas bloquearam durante dez horas na quinta-feira, com trincheiras e montes de areia, duas estradas que ligam o Curdistão a Mossul, disse à agência de notícias espanhola Efe o militar curdo e responsável pelo posto de controlo de Jazer, Aref Tayfur.
No mesmo dia, porém, o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al-Abadi, negou ter intenção de recorrer à força militar contra o Curdistão, depois de as autoridades curdas terem acusado Bagdade de preparar um ataque de retaliação pelo referendo sobre a independência.
Essas zonas, entre as quais a cidade de Kirkuk e arredores, assim como Diyala, Saladino e áreas da província de Nínive, encontram-se ocupadas pelas tropas curdas desde que expulsaram o grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI) em 2014, apesar de administrativamente pertencerem a Bagdade.
Kirkuk, cidade rica em petróleo, é o principal foco de tensão entre os dois governos e Bagdade anunciou a sua intenção de administrar a extração de crude dos poços dessa zona.
A relação entre Bagdade e Erbil degradou-se nas últimas semanas, depois de a esmagadora maioria da população ter votado pela independência do território num referendo não vinculativo que foi considerado ilegal pelo governo central.
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