Desejou violação em grupo a deputada e agora tem medo de sair à rua
Escreveu sobre "violação em grupo" a deputada com a qual discordava, através do Facebook. Espanhola de 45 anos diz que agora tem medo de sair à rua.
© Facebook/Inés Arrimadas
Mundo Catalunha
No passado domingo, Rosa Maria Miras i Puigpinós decidiu recorrer ao Facebook para manifestar o seu desagrado para com as declarações da deputada Inés Arrimadas (na imagem) sobre o referendo na Catalunha. Não podia ter tomado pior decisão. Depois de perder o trabalho de forma muito pública - sem sequer ser avisada pelo empregador, segundo se queixa -, refere agora que tem medo de sair à rua.
“Chegaram-me comentários a dizer que sabem quem é a minha família e que iam atrás deles, ou que sabem quem eu sou e que me vão cumprimentar ‘como mereço’ quando me virem. Agora ando na rua com medo”, explicou-se, numa carta enviada ao La Vanguardia.
A catalã explica que aquele comentário “foi uma estupidez” feito “a quente” e que “não resta mais do que pedir desculpa”. Já se apresentou na esquadra de polícia de Badalona, onde prestou declarações e foi informada que agora está dependente da decisão de um juiz. Já tentou contactar a deputada mas sem sucesso.
Rosa Maria viu-se obrigada a eliminar todo e qualquer rasto da sua presença online, apagando os seus perfis de Facebook, Twitter e LinkedIn, conforme escreveu o El Mundo. Em causa, está um comentário onde faz um incitação a uma violação em grupo. “Sei que vão chover críticas de todo o lado, sei que o que vou dizer é machista e tudo mais, mas ao ouvir a Arrimadas no debate da Telecinco só lhe posso desejar que quando saia esta noite seja violada em grupo, pois não merece outra coisa, semelhante cadela nojenta”, escreveu a espanhola.
Na terça-feira, Inés Arrimadas, presidente do grupo parlamentar Ciutadans en Cataluña, fez a denúncia do comentário através do seu perfil de Twitter, definindo-o como uma “clara exibição de ódio”.
Aquí una muestra clara de odio. Voy a denunciar a esta señora.No solo por lo q me dice a mí sino por todas las mujeres que han sido violadas pic.twitter.com/AGn0oFW9Oa
— Inés Arrimadas (@InesArrimadas) 5 de setembro de 2017
Rosa Maria Miras tem 45 anos de idade e é natural de Badalona, na Catalunha. O seu último empregador era a madrilena Tinsa, uma empresa de avaliação imobiliária, onde estava ao abrigo de um contrato de trabalho temporário. A Tinsa depressa reagiu às notícias do comentário da colaboradora, manifestando uma “total repulsa pelo inaceitáveis comentários contra a senhora Arrimadas” e anunciando que Rosa Maria tinha deixado de trabalhar para eles. Segundo Rosa Maria, ficou a saber do despedimento por familiares, a caminho de casa.
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