O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou-se sobre os incidentes em Charlottesville, no Estado da Virginia, de forma tardia e nada consensual. O chefe de Estado norte-americano tem sido alvo de fortes críticas por ter manifestado, no sábado, a sua condenação por todas as formas de “ódio” e “fanatismo” mas de “múltiplas partes”.
As críticas são, sobretudo, dirigidas à brandura do seu discurso, sem nunca referir os supremacistas brancos, grupo que convocou a marcha, que ostentava simbologia nazi e entre os quais estava inclusive um antigo líder do KKK. A morte de uma manifestante, alegadamente de forma intencional, traz força a estas críticas.
Várias celebridades foram reagindo aos acontecimentos, começando logo na manhã de sábado, quando a conta de Twitter do líder republicano não apresentava qualquer atualização, mesmo já com notícias de confrontos. “Que dia perfeito para o Presidente esquecer como se faz um tweet”, escreveu a escritora J. K. Rowling, com uma imagem de vários apoiantes da marcha nacionalista a envergar simbologia nazi e da Confederação.
Hell of a day for the President to forget how to tweet. pic.twitter.com/ABffmwwH8D
— J.K. Rowling (@jk_rowling) August 12, 2017
A realizadora Ava Duvernay, os atores George Takei e Seth Rogen também se manifestaram no Twitter, conforme pode ver abaixo.
"On many sides." My God. Blessings to those who were/are on the wrong side of the whip, rope, gavel, badge, ballot. pic.twitter.com/ykpGrBKelL
— Ava DuVernay (@ava) August 12, 2017
When terrorists abroad plow cars into crowds Trump condemns "radical Islam." But when it happens here, he talks of violence "on many sides."
— George Takei (@GeorgeTakei) August 12, 2017
By the way, fuck these nazi motherfuckers. #Charlottesville
— Seth Rogen (@Sethrogen) August 12, 2017
No campo político, as críticas fazem-se sentir nas duas alas. Tanto republicanos como democratas acreditam que o presidente deveria ter sido mais incisivo e mais duro nas palavras ao referir-se a Charlottesville.
Cory Gardner, um senador republicano do Colorado, pediu que se “chame o mal pelo nome”. “São supremacistas brancos e isto foi terrorismo interno”, escreveu. Marco Rubio, senador republicano da Florida, mencionou os nazis, o KKK e os supremacistas brancos contrapondo-os ao que “a America deve ser”.
Mr. President - we must call evil by its name. These were white supremacists and this was domestic terrorism. https://t.co/PaPNiPPAoW
— Cory Gardner (@SenCoryGardner) August 12, 2017
Nothing patriotic about #Nazis,the #KKK or #WhiteSupremacists It's the direct opposite of what #America seeks to be. #Charlotesville
— Marco Rubio (@marcorubio) August 12, 2017
Nancy Pelosi, congressista democrata da Califórnia, ‘tweetou’ diretamente a Donald Tump. “Repita comigo, Donald Trump: a supremacia branca é uma afronta aos valores americanos”. Elizabeth Warren, senadora democrata do Massachusetts, sugere que Trump mostre “de que lado está” falando publicamente na supremacia branca.
Repeat after me, @realDonaldTrump: white supremacy is an affront to American values. #Charlottesville
— Nancy Pelosi (@NancyPelosi) August 12, 2017
How can @realDonaldTrump can show whose side he's on? He can start by publicly calling this what it is: white supremacy.
— Elizabeth Warren (@SenWarren) August 13, 2017
Joe Bide, ex-vice-presidente norte-americano, foi perentório: “Só há um lado”.
There is only one side. #charlottesville
— Joe Biden (@JoeBiden) August 12, 2017