Colonos israelitas usaram disfarces militares em ataques na Cisjordânia

Um grupo de colonos israelitas vestidos com uniformes militares atacou hoje os moradores de uma das aldeias de Masafer Yatta, no sul da Cisjordânia ocupada, segundo a agência de notícias oficial palestiniana, Wafa.

Nablus ; Cisjordânia ; ataque israelita

© MOHAMMED ABED/AFP via Getty Images

Lusa
29/06/2025 15:44 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Os colonos agrediram quatro pessoas, incluindo uma mulher, segundo um ativista local à agência noticiosa Efe.

 

O Crescente Vermelho Palestiniano, por sua vez, informou que pelo menos quatro pessoas ficaram feridas depois de terem sido espancadas pelo "Exército", e um homem de 76 anos também sofreu ferimentos em ataques de colonos em Masafer Yatta.

Todos foram levados para o hospital pelas ambulâncias.

Nos últimos anos, tornou-se comum os colonos israelitas na Cisjordânia ocupada, que vivem em instalações consideradas ilegais pelo direito internacional, usarem uniformes militares e transportarem armas para atacar e intimidar os palestinianos.

Na quinta-feira, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lamentou que os residentes da Cisjordânia "continuam a sofrer com a violência dos colonos e a destruição das suas propriedades" e destacou que os postos de controlo militar que Israel estabeleceu perto dos colonatos estão regularmente encerrados sem aviso prévio.

"Estas restrições de circulação afetam os serviços de emergência e restringem o acesso a cuidados de saúde e outros serviços essenciais", afirmou a organização em comunicado.

De acordo com dados do escritório de coordenação de assuntos humanitários (OCHA) da ONU, só entre 17 e 23 de junho, ocorreram pelo menos 23 ataques de colonos, resultando em vítimas, danos materiais ou ambos.

O norte da Cisjordânia tem sido palco de uma enorme operação militar israelita há vários meses para expulsar milhares de palestinianos dos campos de refugiados e os colonos têm aproveitado a situação para lançar novos ataques contra a população.

O governo palestiniano na Cisjordânia condena frequentemente os colonos, que atuam sob a proteção dos militares israelitas, mas também existem tensões entre eles.

No sábado, um grupo de colonos na Cisjordânia ocupada tentou incendiar um posto de controlo policial israelita no colonato de Beit El, em retaliação contra seis detenções anteriores, num novo episódio de violência crescente entre extremistas e as forças de segurança.

Nas paredes queimadas do posto de controlo, os radicais israelitas escreveram a palavra "vingança", após a detenção de seis colonos na noite de sexta-feira, no seguimento de violentos confrontos em Kafr Malik.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou no sábado a violência entre colonos e forças de segurança e alertou que "ninguém pode fazer justiça pelas próprias mãos".

Num breve comunicado, Netanyahu pediu uma investigação sobre o incidente e a responsabilização dos autores dos ataques aos soldados.

A violência na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, aumentou durante a guerra na Faixa de Gaza, iniciada por um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023 em solo israelita.

Desde então, pelo menos 945 palestinianos foram mortos pelo Exército ou por colonos israelitas, de acordo com o Ministério da Saúde palestiniano.

Ao mesmo tempo, pelo menos 35 israelitas, incluindo militares, morreram em ataques ou operações palestinianas, segundo Israel.

Leia Também: Israel anuncia desmantelamento de "rede" do Hamas na Cisjordânia

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