Cartas de Hiroshima e Nagasaki. Para recordar e pensar o futuro
Mais de 200 mil pessoas morreram, há 72 anos, quando os Estados Unidos bombardearam, com armas nucleares, Hiroshima e Nagasaki. Tensão entre Coreia do Norte e Estados Unidos faz temer o pior. É por isso que importa recordar. E refletir.
© Reuters
Mundo Memórias
Foi há 72 anos que os Estados Unidos bombardearam as cidades de Hiroshima e Nagasaki, os dois primeiros e únicos ataques nucleares da história. Morreram mais de 200 mil pessoas e a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim. A Guerra Fria não tardou a começar.
Numa altura em que a tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos continua a aumentar, com ameaças de parte a parte que fazem temer um conflito nuclear, é importante recordar a devastação que abalou as duas cidades japoneses, em agosto de 1945.
Nesse sentido, a revista Time publicou alguns testemunhos de sobreviventes dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, que falam sobre as suas memórias e deixam uma mensagem para as gerações futuras.
Yasujiro Tanaka, de 75 anos, é natural de Nagasaki. Quando a cidade foi bombardeada, tinha apenas três anos e estava a pouco mais de 3.4 quilómetros do epicentro da explosão.
“Eu estava enterrado vivo debaixo de casa, foi o que me contaram. Quando o meu tio me encontrou e retirou o meu pequeno corpo de três anos dos escombros, eu estava inconsciente. A minha cara estava deformada. Ele tinha a certeza de que eu estava morto. Felizmente, sobrevivi”, conta Tanaka, que deixa ainda uma mensagem de esperança. “O meu único desejo é viver uma vida plena, com a esperança de um mundo onde as pessoas sejam bondosas entre si, e para si mesmas”.
Emiko Okada, hoje com 80 anos, tinha oito quando Hiroshima ficou devastada. Estava apenas a 2.8 quilómetros da explosão.
“Eu tinha oito anos quando a bomba caiu. A minha irmã mais velha tinha 12. Ela saiu, naquela manhã, para ir trabalhar e nunca regressou a casa. Os meus pais procuraram-na durante meses e meses. Nunca encontraram os seus restos mortais e recusaram enviar uma notificação de obituário, até ao dia em que morreram, na esperança de que ela ainda estaria viva e saudável, em algum lugar, de alguma forma”, escreve Okada.
Esta sobrevivente não tem dúvidas, “a guerra é causada pelo egoísmo dos adultos”. “Nós, adultos, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para proteger a vida e dignidade das nossas crianças. As crianças são a nossa maior bênção”.
O primeiro bombardeamento norte-americano, a Hiroshima, causou mais de 140 mil mortos. O segundo, a Nagasaki, mais de 70 mil. Passados todos estes anos, os testemunhos dos sobreviventes, ao cuidado de Donald Trump e de Kim Jong-un, são um sério alerta para um mundo que vive sob a ameaça de uma grande guerra nuclear.
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