Primeiro-ministro quer que neto renuncie à cidadania norte-americana
O primeiro-ministro do Camboja disse hoje que vai tentar impedir que o neto, nascido nos Estados Unidos, seja titular de um passaporte norte-americano por recear que o jovem tenha de cumprir serviço militar numa eventual guerra.
© Reuters
Mundo Camboja
O primeiro-ministro Hun Sen disse, através da rede social Facebook, que está "preocupado" porque o neto, com 14 anos de idade, pode vir a ser incorporado no serviço militar norte-americano.
"Estou, neste momento a tentar encontrar uma forma de conseguir que o meu neto renuncie à cidadania norte-americana porque os Estados Unidos vão entrar em guerra com alguns países e não quero, por isso, que ele seja soldado", acrescenta o chefe do governo de Phnom Penh.
O neto do primeiro-ministro do Camboja nasceu quando os pais se encontravam a estudar nos Estados Unidos.
Hun Sem, 64 anos, e a mulher, Bun Rany, têm seis filhos, incluindo uma filha adotada, e que estudaram no estrangeiro, incluindo Hun Manet que frequentou a academia militar norte-americana de West Point.
Atualmente os cidadãos norte-americanos não estão sujeitos ao serviço militar obrigatório, mas os rapazes com 18 anos têm de identificar-se junto das Forças Armadas, para efeitos de registo.
Hun Sen, na mesma mensagem, reforça que não quer que o neto venha a lutar "contra outros países" como soldado dos Estados Unidos o que significa que vai ter de renunciar formalmente à cidadania norte-americana.
Apesar das "preocupações" sobre o neto, Hun Sen tem demonstrado apoio a Donald Trump.
Mesmo antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 2016, Hun Sem afirmou que como "empresário" o novo presidente pretende a paz e pode vir a ser "amigo do líder russo, Vladimir Putin", enquanto Hillary Clinton apoiou a guerra na Síria, enquanto era secretária de Estado.
Hun Sen tem também concordado publicamente com os ataques de Donald Trump contra a imprensa.
Esta semana, Hun Sen foi entrevistado na CNN sobre a prostituição infantil no Camboja tendo criticado as notícias dos órgãos de comunicação social norte-americanos sobre o assunto.
"A estação de televisão CNN merece ser criticada pelo presidente Donald Trump", afirmou Hun Sem durante a entrevista.
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