Nações Unidas concluem missão de paz na Costa do Marfim
A missão de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim chega ao fim nesta sexta-feira, após 13 anos de intervenção para implementar acordos de paz na sequência da Guerra Civil que dividiu o país.
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Mundo Intervenção
Em abril de 2016, o conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou por unanimidade para terminar a missão, num gesto que mostra também um voto de confiança no progresso do país.
"A saída da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) demonstra o progresso conseguido na Costa do Marfim, num caminho para a paz, estabilidade e prosperidade económica", afirmou Aichatou Mindaoudou, representante da ONU no país.
Enquanto muitos elogiam o sucesso da missão na estabilização do país depois de anos de conflito e violência pós-eleitoral, outros apontam para os recentes motins do exército como um sinal de que a paz permanece instável.
As organizações de direitos humanos pedem ainda que o governo faça mais quando a missão da ONU sair do país.
Drissa Traore, vice-presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos, declarou que "ainda é muito cedo para dizer se a recuperação será sustentável".
"Os resultados obtidos pelas Nações Unidas podem ser revertidos, a não ser que o governo da Costa do Marfim aborde a questão da imunidade e a falta de disciplina do exército", acrescentou.
As forças de paz da ONU chegaram à Costa do Marfim para vigiar o cessar-fogo na região, depois de uma tentativa de golpe de estado em 2002 ter levado a uma guerra civil entre o norte controlado pelos rebeldes e o sul que combatia a favor do governo.
Em 2007, um acordo de paz levou a que os principais líderes rebeldes integrassem quadros da administração mas as divisões no país permaneceram.
O país voltou a estar perto de uma guerra civil no ano de 2011 quando o então líder, Laurent Gbagbo, se recusou a reconhecer a derrota nas eleições e cerca de 3.000 pessoas foram mortas nos conflitos que se seguiram.
O atual presidente, Alassane Ouattara assumiu o poder com a ajuda dos seus antigos aliados rebeldes e da comunidade internacional e Gbagbo ainda aguarda julgamento por crimes de guerra, depois de ter sido acusado juntamente com o seu parceiro, Charles Ble Goude.
Embora as eleições de 2015 tenham sido pacíficas, Ouattara está impedido de concorrer ao cargo de Presidente novamente, o que deixa muitos cidadãos expectantes quanto ao futuro político do país.
Nos últimos meses têm ocorrido uma série de motins perpetuados por soldados que levaram à paralisação do comércio e a recente descoberta de um depósito de armas em Bouak gerou alarme na população, que conhece uma longa história de conflitos no país.
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