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Guia para ajudar a compreender as eleições no Reino Unido

O Reino Unido vai a votos. Fique com o guia do Notícias ao Minuto para ajudar a perceber o que está a acontecer.

Guia para ajudar a compreender as eleições no Reino Unido
Notícias ao Minuto

08:03 - 04/06/17 por Pedro Filipe Pina

Mundo Eleições

Depois de um referendo ao Brexit em 2016 que deixou o mundo na incógnita, os britânicos foram outra vez chamados a votar.

As eleições estão a aproximar-se e, com as negociações do Brexit ainda pela frente (a saída definitiva será mesmo só em 2019), quem sair vencedor destas eleições já sabe a tarefa hercúlea que tem em mãos.

Theresa May, a atual primeira-ministra que assumiu o poder após David Cameron se ter demitido, terá aqui oportunidade de reforçar a sua liderança em caso de vitória clara. Mas as sondagens já lhe sorriram mais. Vamos então a um pequeno guia sobre o que se está a passar.

Quando são as eleições?

As urnas abrem às 7h00 da manhã da próxima quinta-feira, dia 8 de junho.

Porquê agora?

Estas eleições legislativas surgem três anos antes do esperado. A 18 de abril Theresa May anunciou que queria antecipar as eleições. Dois dias depois, os deputados deram a maioria de dois terços necessária para o processo avançar e eis que temos o que os britânicos chamam de ‘snap election’.

Quem vai a votos?

Historicamente, o Reino Unido tem sido governado pelos conservadores ou pelos trabalhistas. Tem sido assim nas últimas décadas, desde os tempos de Winston Churchill. A exceção recente foi com David Cameron, que liderou um governo de coligação que incluía os Liberais Democratas. Mas a história mantém-se, quando não governam os conservadores, governam os trabalhistas. E vice-versa.

Há, no entanto, mais intervenientes a ter em conta num país que engloba não apenas a Inglaterra, mas também as nações da Escócia, do País de Gales e da Irlanda do Norte.

Da Escócia chega a terceira maior força partidária, que tem 56 assentos parlamentares e um teste importante pela frente. Falamos do Partido Nacional Escocês (Scotland Nacional Party) partido liderado por Nicola Sturgeon, a primeira-ministra da Escócia.

Sturgeon tem criticado Theresa May pelas negociações no Brexit. Não é acaso: na Escócia o Brexit está a tornar-se uma realidade apesar de a maioria dos escoceses até ter votado contra.

Os Liberais Democratas (Liberal Democrats), que integraram o executivo de David Cameron, já chegaram a ser a terceira maior força política do país, em 2010. Tinham na altura 57 assentos. Atualmente têm oito e querem recuperar votos.

São liderados por Tim Farron e um dos principais destaques do programa do partido é claro: um segundo referendo à permanência do Reino Unido no seio da União Europeia. A razão? São contra o Brexit.

Sem o mesmo peso em termos de deputados como os escoceses do SNP mas com algumas características semelhantes, surge o Plaid Cymru do País de Gales (3 assentos).

Caso mais curioso é o do Sinn Féin. O partido defende uma Irlanda unida e tem representação na Irlanda do Norte, na Irlanda, em Inglaterra e até em Bruxelas, no Parlamento Europeu. Conquistou quatro lugares pela Irlanda do Norte mas historicamente tem mantido o protesto como abstencionista, optando por não ocupar os lugares.

Da Irlanda do Norte nas últimas eleições chegaram ainda os unionistas (DUP), que conquistaram oito lugares. Mas além destes partidos há outras forças à procura de conservar a representação que atualmente têm. É o caso d'Os Verdes locais ou do UKIP (que perderam entretanto Nigel Farage), por exemplo. 

O que dizem as sondagens? 

Quando Theresa May convocou as eleições, muitos analistas políticos viram a decisão como uma forma de May reforçar a sua liderança, com uma vitória conquistada nas urnas. As primeiras sondagens mostravam que a ideia de May teria sucesso: Os conservadores chegavam a surgir com vantagem de 20 pontos percentuais sobre os trabalhistas, liderados por Jeremy Corbyn.

Ao longo das últimas semanas esta diferença tem-se diluído. Nas sondagens do The Guardian, a vantagem, que foi de 18 pontos percentuais, passou a 12 pontos percentuais na sondagem mais recente. Na sondagem do Ipso MORI de que a Reuters deu conta, May surgia com uma vantagem de apenas cinco pontos percentuais. Há duas semanas tinha 15.

Já o YouGov sugeriu na última semana que os conservadores poderiam perder a maioria confortável que detêmm na Câmara dos Comuns. Dos 650 assentos, os conservadores têm 330, um pouco mais de metade.

O YouGov admitia que os conservadores podiam perder assentos, descendo dos atuais 330 para 310. Já os trabalhistas, que a dada altura terão temido uma ‘derrocada’ nas eleições, parecem estar a fazer agora um caminho em sentido inverso e poderiam passar de 229 para 257 assentos.

As sondagens são um indicador útil. Mas também falham. E isso notou-se nas sondagens ao referendo ao Brexit. Muitas sondagens na altura apontavam para uma vitória de quem queria manter o Reino Unido na União Europeia. Mas a realidade lembra-nos de que não foi isso que aconteceu.

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