O ataque de precisão atingiu a tenda dos jornalistas junto ao hospital Al Shifa, na cidade de Gaza.
Morreram no ataque os correspondentes da televisão do Qatar Al Jazeera Anas al-Sharif e Mohamed Qraiqea, os fotojornalistas Ibrahim Zaher e Moamen Aliwa, o assistente de fotojornalismo Mohamed Nofal e Al Khalidi.
O gabinete de informação do governo do Hamas, o grupo extremista que controla a Faixa de Gaza desde 2007, condenou num comunicado a "perseguição e o assassínio sistemáticos" de jornalistas palestinianos por parte de Israel.
Apelou às federações internacionais de jornalistas e aos organismos jornalísticos de todo o mundo para que condenem Israel, segundo o comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Pediu também à comunidade internacional que leve Israel aos tribunais internacionais e "exerça uma pressão séria e efetiva para pôr termo ao crime de genocídio".
Desde o início da guerra em curso em Gaza, em outubro de 2023, foram mortos durante a ofensiva israelita 238 jornalistas, influenciadores e outros criadores de conteúdos.
Em 24 de julho, o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) manifestou preocupação com a segurança de Anas al-Sharif.
Denunciou na altura que o jornalista de 28 anos estava "a ser alvo de uma campanha de difamação militar israelita", que considerou "um trampolim para o seu assassinato".
Na mesma altura, o porta-voz do exército israelita em língua árabe, Avichay Adraee, intensificou os ataques nas redes sociais contra Al-Sharif.
Acusou-o, sem provas, de ser membro do Hamas, depois de o jornalista ter chorado em direto enquanto fazia uma reportagem sobre a fome em Gaza.
O exército israelita admitiu ter matado os jornalistas num bombardeamento de precisão e afirmou que Al-Sharif estava ligado ao Hamas, apresentando como prova dois documentos cuja origem não detalhou e que não podem ser verificados, segundo a EFE.
A ofensiva israelita em curso em Gaza seguiu-se ao ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, dos quais 50 permanecem em Gaza, mas apenas 20 estão vivos.
A resposta militar israelita provocou mais de 61.000 mortos em Gaza, bem como uma grave crise humanitária, com denúncias de mortes de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como uma organização terrorista.
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