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"Sei que um Presidente pode despedir um diretor do FBI por razão nenhuma"

Ex-diretor do FBI reage, pela primeira vez, ao despedimento através de uma carta aos colegas. Decisão de Donald Trump é questionada por vários quadrantes políticos. Presidente é acusado de tentar encobrir investigação à sua ligação com a Rússia.

"Sei que um Presidente pode despedir um diretor do FBI por razão nenhuma"
Notícias ao Minuto

12:40 - 11/05/17 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo James Comey

Na passada terça-feira, a Casa Branca anunciou que o gabinete de Donald Trump havia retirado o diretor do FBI (serviços secretos e polícia federal), James Comey, do seu cargo, num comunicado emitido pelo secretário de imprensa, Sean Spicer.

Sean Spicer informou que a decisão se prendia com as capacidades de liderança de Comey, que seriam ineficazes, tornando-se necessária uma nova liderança para restaurar a confiança.

Esta quinta-feira, é revelada uma carta de Comey dirigida aos funcionários da agência norte-americana, naquela que é a sua primeira reação pública ao seu despedimento, do qual teve conhecimento através da televisão.

“Tenho há muito consciência de que um Presidente pode despedir um diretor do FBI por qualquer razão, ou por razão nenhuma. Não vou perder tempo a debater a decisão ou a forma como foi tomada”, começou por escrever James Comey, sublinhando que irá “sentir saudades” dos funcionários e do trabalho.

O ex-diretor dos serviços secretos internos dos Estados Unidos escreve que o povo americano deve olhar para a agência como “um pilar de competência, honestidade e independência” e que é difícil deixar um grupo de pessoas “cujo compromisso é unicamente fazer o que é certo”.

“A minha esperança é que continuem a viver estes valores, a missão de proteger o povo americano e continuam a defender a Constituição. Se fizerem isso, também vocês ficarão tristes quando saírem e os americanos estarão mais seguros”, afirmou.

Comentário de Trump é relevante e foi incluído na investigação que o visa

Sublinhe-se que o polémico despedimento de Comey surge num altura em que este aprofundava uma investigação às ligações entre o gabinete de Trump e o governo russo. Esta decisão é questionada pela oposição e até entre o partido republicano, precisamente, por causa da altura em que acontece.

Ontem, quarta-feira, foi inclusivamente tornado público que poucos dias antes da demissão de James Comey, o então diretor desta polícia federal havia pedido mais recursos ao Departamento de Justiça norte-americano para poder dar continuidade à investigação à Rússia.

Esta quinta-feira, o Departamento de Justiça indicou que não vai divulgar os documentos do FBI relacionados com o pedido de Trump à Rússia para piratear os emails de Hillary Clinton, feito durante a corrida presidencial. A justificação dada é que a divulgação destes documentos pode “interferir com procedimentos legais”.

Conforme indica o Guardian, esta decisão parece indicar que o comentário de Trump é relevante para a investigação, que será séria o suficiente para impedir a divulgação de documentos.

Recorde-se que durante a corrida presidencial, numa conferência de imprensa na Flórida, Donald Trump disse o seguinte: “E digo mais, Rússia: Se me estão a ouvir, espero que encontrem os 30 mil emails que estão desaparecidos”. Referia-se aos emails pessoais que Hillary Clinton apagou do seu computador quando era secretária de Estado.

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