Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Tribunal turco aceita pedido de prisão perpétua para jornalistas

Um tribunal turco aceitou hoje uma acusação criminal que solicita prisão perpétua para 30 pessoas com ligações a um jornal considerado próximo do clérigo muçulmano que o Governo acusa de ter fomentado uma tentativa de golpe de Estado.

Tribunal turco aceita pedido de prisão perpétua para jornalistas
Notícias ao Minuto

18:56 - 27/04/17 por Lusa

Mundo Perseguição

A agência noticiosa oficial Anadolu referiu que os suspeitos, incluindo antigos administradores e jornalistas do diário Zaman, são indicados por "integrarem uma organização terrorista armada" e por "tentativa de derrube" do Governo do país, do parlamento e da ordem constitucional.

O procurador pediu penas entre os sete anos e meio e dos dez anos, e ainda três penas de prisão perpétua consecutivas para cada detido.

O Zaman foi alvo de uma investigação por forças policiais em março de 2016 e posteriormente encerrado, por alegadamente se constituir como porta-voz do movimento fundado pelo clérigo Fethullah Gülen, exilado nos EUA desde 1999.

A decisão também abrangeu o Today's Zaman, a publicação em inglês do grupo.

Dos 30 suspeitos, 21 estão em prisão preventiva, incluindo o colunista de 73 anos Sahin Alpay, detido após a fracassada intentona militar de 15 de julho de 2016.

As primeiras audições estão agendadas para 18 de setembro.

As acusações seguem-se a uma purga em larga escala e julgamentos dirigidos a supostos apoiantes de Gülen, que já negou qualquer envolvimento no golpe.

Mais de 47.000 pessoas foram detidas e cerca de 100.000 funcionários públicos despedidos desde meados de julho de 2016.

No decurso de uma vasta operação desencadeada na quarta-feira em todas as 81 províncias da Turquia, 1.157 "imãs secretos" foram detidos sob a suspeita de "infiltrarem" apoiantes de Gülen nas forças policiais.

Entre os novos suspeitos, 27 foram detidos no sudeste da Turquia, a região com maioria de população curda e indiciados por "pertença a uma organização terrorista armada" e promoverem "células de recrutamento", segundo referiu hoje o gabinete do governador da região de Gaziantep.

O diário Hurriyet noticiou que os serviços de informações turcos se apoderaram de um 'microchip' numa anterior detenção e que continha uma lista com os nomes de 7.000 "imãs secretos" e outros seguidores de Gülen que trabalhavam em instituições estatais.

Na noite de quarta-feira a polícia anunciou a suspensão de 9.103 agentes dos serviços de segurança por toda a Turquia, que estão a ser investigados por supostas ligações e comunicações com a rede Gülen "que ameaçava a segurança nacional".

O Governo alemão criticou na quarta-feira esta nova vaga de prisões, enquanto a chanceler Angela Merkel considerava hoje no parlamento "que os acontecimentos das últimas semanas sem dúvida que prejudicaram fortemente as relações germano-turcas e entre a Europa e a Turquia".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório