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Fundador do Megaupload pede à Nova Zelândia que interrogue diretor do FBI
O fundador do portal Megaupload anunciou hoje ter apresentado uma queixa à polícia da Nova Zelândia contra o diretor do FBI norte-americano, James Comey, por ter retirado ilegalmente cópias de um disco rígido de Kim Dotcom.
© Getty Images
Mundo Portal
O requerimento foi apresentado na segunda-feira, pelo advogado do informático alemão, na polícia de Queenstown, onde James Comey participa numa reunião dos sereviços de informações.
"A polícia da Nova Zelândia deve interrogar o diretor Comey, hoje, sobre o roubo dos meus dados. Apresentei esta queixa formalmente", indicou Kim Dotcom, numa mensagem na rede Twitter, à qual juntou o documento apresentado pelo advogado Simon Cogan.
Comey chegou no domingo a Queenstown para participar numa reunião da aliança de serviços de informações dos "Cinco olhos", uma aliança formada depois da Segunda Guerra Mundial, que integra os Estados Unidos, Nova Zelândia, Reino Unido, Canadá e Austrália.
Dotcom, alvo de um pedido de extradição dos Estados Unidos por pirataria informática, quer que o diretor do gabinete federal de investigações norte-americano (FBI) responda "com caráter de urgência" relativamente à operação de 20 de janeiro de 2012.
Naquela data, o FBI apreendeu na residência de Dotcom, nos subúrbios de Auckland, dados e bens. A operação resultou no encerramento do portal de 'downloads' Megaupload e no congelamento das contas do informático alemão.
Kim Dotcom considera que o diretor do FBI deve dar explicações sobre a extração de cópias dos discos rígidos e do envio para os Estados Unidos, algo que foi declarado ilegal por duas instâncias judiciais neozelandesas.
O empresário alemão foi detido juntamente com três sócios e enfrenta desde então um complicado processo legal de extradição para os Estados Unidos.
"O FBI violou a lei -- foi o que determinaram os tribunais na Nova Zelândia. Não é obrigação da polícia da Nova Zelândia obedecer à lei e [fazer com que] sejamos iguais diante da lei?", questionou numa outra mensagem Dotcom, que ainda luta para evitar a extradição à qual dois tribunais deram luz verde.
Um porta-voz da polícia neozelandesa confirmou ao jornal New Zealand Herald ter recebido o pedido de Dotcom, indicando que o mesmo se encontra em processo de avaliação.
As autoridades norte-americanas acreditam que o portal Megaupload, que chegou a ter 50 milhões de utilizadores, conseguiu lucros de 175 milhões de dólares (160 milhões de euros) por alegadamente alojar material ilegal.
Até à data, dos sete membros do Megaupload acusados nos Estados Unidos, apenas o programador estónio Andrus Nomm foi condenado a uma pena de um pouco mais de um ano de cadeia, a qual já cumpriu depois de admitir ter violado os direitos de autor.
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