O plano é que o texto chegue ao plenário "até ao final da semana", afirmou o presidente da Câmara dos Representantes no programa Fox News Sunday, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a pressionar os parlamentares a agirem rapidamente para aprovar esta "grande e bela lei", como a descreve, principalmente para concretizar a extensão dos créditos fiscais de seu primeiro mandato, que expiram no final do ano.
A lei não é consensual entre os republicanos, com os mais moderados a temerem que cortes significativos no programa de assistência médica aos mais desfavorecidos possa ter consequências eleitorais a meio do mandato, em novembro de 2026, e os mais conservadores a exigirem mais cortes.
Depois de um adiamento na sexta-feira, os parlamentares deverão debater novamente o texto no final da noite de hoje, com a esperança da direita de que desta vez o documento seja aprovado na Comissão Orçamental.
Mesmo que passe por este primeiro obstáculo, a batalha estará longe de terminar, já que os senadores republicanos manifestaram a sua vontade de fazer mudanças importantes quando o projeto chegar à Câmara Alta.
Os republicanos "DEVEM UNIR-SE em apoio a 'UMA GRANDE E BELA PROPOSTA DE LEI!'", publicou o Presidente nas redes sociais na semana passada.
Na mensagem, Trump dirigiu-se diretamente aos congressistas recalcitrantes do Partido Republicano para que garantissem a aprovação da lei: "PAREM DE FALAR, E FAÇAM-NO!"
O líder republicano no Congresso, Mike Johnson, pretende que o projeto de lei seja aprovado por ambas as câmaras do Congresso antes do Memorial Day, 26 de maio, e esteja pronto para a assinatura de Trump antes do Dia da Independência, 04 de julho.
Os democratas rotularam a proposta de "um grande e mau projeto de lei", ou, como lhe chamou a congressista Pramila Jayapal, "uma grande e bela traição".
Criticam, em particular, a prevista retirada da cobertura de saúde e a assistência alimentar a milhões de pessoas, enquanto os mais ricos obteriam enormes reduções de impostos, além de o projeto aumentar os défices orçamentais futuros.
"Isso é má economia. É inconcebível", disse o deputado Brendan Boyle, o principal legislador democrata na Comissão Orçamental.
Os gastos federais com o Medicaid deverão, de acordo com a atual versão da lei, ser cortados em mais de 700 mil milhões de dólares (625 mil milhões de euros) na próxima década, ameaçando privar mais de oito milhões de americanos de seguros de saúde, de acordo com uma análise de uma agência apartidária do Congresso.
A proposta procura incluir isenções de impostos sobre gorjetas, pagamento de horas extraordinárias, empréstimos para automóveis fabricados no país e benefícios da Segurança Social, além de aumentar as isenções fiscais para idosos e famílias com crianças.
O pacote legislativo inclui uma das principais promessas de campanha eleitoral de Trump, a extensão das isenções fiscais do seu primeiro mandato, que expiram no final do ano.
De acordo com uma comissão independente do Congresso, tal extensão, juntamente com outras medidas fiscais, aumentaria o défice federal em mais de 4,8 biliões de dólares (4,3 biliões de euros) na próxima década.
A proposta também prevê uma injeção de 350 mil milhões de dólares para a agenda de deportações de Trump e para reforçar o Pentágono.
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